Equivocos da democracia portuguesa - 245
O cair das máscaras aí está! Depois duma política de desastre, onde Portugal e os portugueses foram postos a pão e água, depois de toda a austeridade, a receita falhou. Portugal na atual conjuntura dificilmente escapará a um segundo resgaste que até pode estar eminente. O executivo não o quer admitir mas tudo se encaminha para isso. Claro que a possível recusa de algumas das medidas do Tribunal Constitucional (TC) - caso se venham a verificar como pensamos que será o caso - poderão conduzir a isso. (E não deixa de ser estranho que por duas vezes o OE seja inconstitucional!) E que excelente alibi tem Passos Coelho que, face a uma possível rejeição do TC, admitir que não tem condições para governar e colocar o ónus da situação nos juízes do Palácio Ratton! É daquelas oportunidades únicas que se têm para se sair airosamente, fazendo crer aos portugueses que lhe foram retiradas as condições para governar, mas nunca admitir que o fracasso das políticas seguidas são a verdadeira causa. Mas será que alguém ainda se deixará enganar por tão maquiavélico embuste? Afinal, depois de falhanço atrás de falhanço, de estimativas que eram sempre falhadas pelas piores razões, depois desta política de terra queimada, não seria de esperar outra coisa. Mas o mais grave de tudo isto é o condicionamento que estas políticas terão no próximo executivo seja ele qual for. Porque muitas das medidas destruíram o que de melhor existia entre nós, para as recuperar levar-se-ão muitos anos e outras, pura e simplesmente, nunca mais se recuperarão, serão irreversíveis. De tudo isto saímos todos mais pobres. Um país destroçado pela fúria ultraliberal, deixado em cinzas. Muito pior daquilo que estava quando assumiram a governação. Por muito que se diga do anterior governo - Sócrates em tempo oportuno já veio pôr os pontos nos ii - este quando saiu não deixou o país neste estado e muitos poucos pensariam que o executivo seguinte, cheio de ideias para resolver a crise em dois meses - foi o que ouvimos durante meses pelo boca do líder parlamentar do PSD na altura - afinal se resume a uma mão cheia de nada, perdão, de nada não, mas numa mão cheia de desempregados, de falências, de vendas de património que é de todos nós ao desbarato, enfim, de miséria. Famílias destroçadas, uma classe média - que sempre foi o pilar da economia portuguesa e do regime - perfeitamente aniquilada, os ricos mais ricos e os pobres mais pobres e em maior número. Este é o legado que fica. Nem os membros da Igreja, sempre tão prudentes nas afirmações que fazem, o puderam deixar de apontar. Utilizando as palavras do ex-PGR, Pinto Monteiro, "a cada dia que acordo o país está pior"! O cair das máscaras está eminente! O recuperar o país e as populações está entre parêntesis, porque sem alternativas, porque sem esperança, porque em desespero. E este último nunca foi grande conselheiro. Aprendamos com os erros, para que novos salvadores não apareçam, com ideias populistas que sabemos como começam mas nunca como e quando acabam. É nossa convicção de que um novo ciclo se aproxima, saibamos enfrentá-lo com determinação e clareza, para bem de todos e do país.
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