Assassinos em nome de Alá
Ontem fomos surpreendidos pelo bárbaro atentado que ocorreu em Paris contra o Charlie Hebdo, um jornal satírico francês. Podemos estar ou não de acordo com a linha editorial do jornal, mas vivemos na Europa onde a liberdade de expressão é um dos bens mais sagrados. Os jornalistas do Charlie Hebdo foram vítimas de assassinos que atuaram com uma espécie de procuração de Alá! Sejamos religiosos ou não, professemos este ou aquele credo, temos que admitir que nada justifica tão vil crime no coração da Europa. Ao que se sabe, os assassinos são franco-argelinos, isto é, fanáticos muçulmanos que foram fruto já da cultura europeia de liberdade, igualdade e fraternidade, que eles pretensamente quiseram matar. Esta gente são lixo social, escória que não merece perdão. Porque se aproveitaram daquilo que o Ocidente tem de bom, para depois morder a mão de quem lhes deu uma vida digna, bem diferente daquela que teriam na sua miserável terra. Mas este também deverá ser um alerta para a Europa, que deve ter mais cuidado com a admissão de pessoas que vêm doutras paragens, doutras culturas, com outros valores bem diferentes da cultura de tolerância que, felizmente, existe no nosso Continente. Alá ou seja quem for, não pode ser um símbolo de violência. Esse não é o sentido das religiões que têm por missão apaziguar os instintos mais baixos da Humanidade. Mas também, neste momento doloroso para todos, não devemos ceder ao facilitismo de cair em extremismos, eles também a seu jeito terroristas. E não faltará quem se aproveite da situação para outros fins. As manifestações na Alemanha de cariz xenófobo a que temos assistido nos últimos dias, bem como outras do género no norte da Europa, são bem o exemplo daquilo que aqui quero afirmar. A postura da Front Nationale em França é um outro exemplo. As grandes votações que teve para as autárquicas e para o Parlamento Europeu devem-nos deixar preocupados. Não nos esqueçamos que foi em nome dum pretenso orgulho nacional ferido, que o nacional-socialismo de Hitler chegou ao poder. E depois foi o que se viu. Não podemos deixar-nos intimidar, muito menos seguirmos por atalhos de que nos venhamos a arrepender. Afinal, estes assassinos não passam disso mesmo, assassinos. Gente sem futuro, sem horizontes, afogados na ignorância que é o melhor terreno para os extremismos. Estamos em pleno choque civilizacional, mas temos que ter a capacidade de diálogo para ultrapassar as diferenças, sabermos conviver com elas, sem que nos deixemos arrastar para a barbárie. A Europa também tem que estar atenta a estas bolsas de insatisfação que se geram no seu seio. Depois da crise há que criar condições de empregabilidade, de dignidade de vida de pessoas que, por vezes, vivem com enormes dificuldades onde a chama da revolta é rastilho fácil. Mas isso não justifica tudo, embora seja um motivo preocupante. Contudo, esta gente menor pensou que ontem matou a liberdade de imprensa na Europa. Enganaram-se. Apenas fizeram confluir o ódio do mundo sobre si mesmos. Pensaram que ontem tinham incendiado a Europa e apenas atearam a fogueira que os há-de consumir. Uma horda de assassinos andará por aí. Estes não serão os últimos, seguramente. Em nome de Alá ou de seja quem for porque é necessário ter algo para justificar os crimes que praticam. Contudo, não passam de assassinos, que vivem na vereda da vida, nos esgotos da ignomínia, nas valetas da ignorância. Ontem pensaram que mataram a liberdade de imprensa na Europa mas enganaram-se. Ela continuará para denunciar os extremismos fanáticos destes filhos de Alá. Ontem como hoje e amanhã, seremos todos Charlie porque esse passou a ser o novo nome para Liberdade. Je suis Charlie!
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