Dia da Mãe
Sou do tempo em que o Dia da Mãe se celebrava em Dezembro, a 8 desse mês. Ainda hoje me lembro desse dia, porque nele trazia um postal feito na escola primário - hoje ensino básico - para a minha Mãe e feito por mim. Mas os tempos mudam e as vontades também, como diz o poeta, e temos que nos ir habituando a uma nova visão das coisas. Talvez discutíveis, mas isso não é assunto para aqui nesta altura. (Para mim, apenas tem a vantagem de o celebrar duas vezes no ano). Assim, e como sempre, fui ao jazigo de família onde a minha Mãe há muito está sepultada. Deixei-lhe uma rosa, como memória, mas também como símbolo. Com o seu perfume que indicia aquilo que a Vida tem de bom; os espinhos simbolizando as agruras da caminhada (e ela teve uma estrada bem sinuosa para percorrer quando por cá andou), bem como os ferretes que ainda hoje fazem sangrar o meu coração. Mas também um símbolo do perecível tal como a nossa passagem pela Vida. Amanhã, estará murcha, em breve secará e morrerá. Tal como o ciclo da Vida, que vai da viçosa juventude, para a velhice com as cãs vincadas a lembrar as marcas do tempo e, por fim, a morte anunciada. Mas, apesar disso, a memória tem que ser preservada. Quem nos deu o Ser tem que ter sempre um lugar especial. Assim, será - está a ser - o meu Dia da Mãe. (Que deviam ser todos os que um ano comporta). Uma Mãe de que apenas a memória resta, mas tão viva e presente como se estivesse aqui ao lado. E ela está aqui ao lado, Sempre esteve e estará aqui ao lado, porque não podemos renegar o passado, nem as memórias que ele acarreta. Um Feliz Dia da Mãe para todas as Mães, presentes ou ausentes. Porque ser Mãe é isso mesmo, uma marca que perdura para lá do tempo. Ser Mãe é isso e basta! Tudo o resto não passam de palavras vazias, sem conteúdo.
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