E à austeridade segue-se... mais austeridade!
É sabido que não nutro especial admiração pela governação deste país, que o vem minando como um cancro em nome duma cura que mais rapidamente mata do que sara. É sabido que tenho consciência, - até pela minha formação académica na área económica -, da necessidade de se ajustarem algumas coisas que estavam mal no nosso país, sem o que tudo continuaria num marasmo inconsequente. Mas se, até em determinada altura, me pareceu razoável alguns ajustamentos feitos pela denominada "troika", tal veio-se a alterar quando começou a ser percetível que a política que este governo se propunha seguir era de ir para além do memorando assinado, impondo um projeto político ultraliberal não sufragado nas urnas. Era a ideia do "ir para além da 'troika' " nas palavras do primeiro-ministro. A partir daí foi o que se viu. E se ainda estivéssemos melhor, ou se as assimetrias de que falei antes tivessem sido corrigidas, acho que todos compreenderíamos a situação. Mas as últimas palavras da ministra das Finanças veio esclarecer tudo isto. Afinal, à austeridade segue-se mais austeridade, o que implica que, desde logo e após os sacrifícios impostos ao país, afinal os resultados foram escassos, quase nulos até em algumas áreas, e então vá de cortar ainda mais nas pensões e nas reformas. Isto só por si, demonstra o falhanço da política seguida, e mesmo quando se quis ir para além do memorando, o que resultou foi um empobrecimento generalizado das populações, dentro da ideia ultraliberal do governo. Esse era o objetivo. As consequências aí estão. O tal remédio ser bom ou mau, amargo ou doce de que nos falava o primeiro-ministro, não é mais do que puro veneno, que mata lentamente e com sofrimento. Esta é a consequência da governação e as afirmações da ministra não passam apenas duma clara e inequívoca confirmação do que atrás disse. E não basta dizer que o próximo governo, - se não for o deles, pois então -, será um retorno ao passado. É um cliché que pode colher apoio apenas junto de pessoas pouco documentadas. Todos sabemos que um voto na urna não é, só por si, a solução para os nossos problemas, todos sabemos também que o novo governo, seja ele qual for, terá um limitado grau de liberdade face à situação que vai encontrar, mas também todos sabemos que, este ou outro do mesmo 'jaez' não é a solução para o país. As afirmações da ministra são o sinal claro para aqueles que ainda pudessem ter dúvidas. Esta estratégia falhou, esta política falhou e por isso é preciso continuar a empobrecer o país e as suas gentes. Talvez seja desta, senhora ministra!
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