Turma Formadores Certform 66

Monday, October 05, 2015

Desfaçatez eleitoral

Estarei perplexo? Julgo que não. Depois de conhecer a História deste meu país desafortunado já não fico perplexo. Este é o meu sentimento depois de ontem ter visto o meu povo votar num grupo de "rapazolas" que destruiu o meu país. Depois de tanta manifestação, de tanto insulto, de tanta emigração, de tanto desemprego, o meu povo, duma forma masoquista, votou no mesmo. Esse prazer de sofrer está bem espelhado na nossa História, tem raízes profundas no fado, neste nosso desígnio nacional através das Eras. Muito se vai escrever, muita coisa se vai dizer, mas ninguém poderá entender esta memória curta dum povo. Merecer a confiança da maioria dum povo, gente que tem vendido ao desbarato e a esmo o meu país, gente que levou tanto jovem qualificado das nossas Universidades, pagos por todos nós, a emigrarem e irem enriquecer outros povos, gente que não olhou a quem quando foi cortar pensões, reformas, junto dos que menos voz têm na sociedade, pois é gente assim, que mereceu a confiança do meu povo. Mas ainda me debato com aquela máxima tão caraterística do desporto. Não sei se a coligação ganhou por mérito próprio, se por ter no PS um adversário sem força e sem carisma. Costa que em nome "das vitórias pequeninas" afastou Seguro da liderança, nunca esperaria perder por muitos como foi o caso. E isso tem consequências políticas, Senhor Costa. Ou então o PS deixou de ser a referência que foi ao longo da sua história. Costa perdeu por muitos, quando acusou um seu camarada de partido de ganhar por "poucochinho". Senhor Costa esse a quem se referia em tão jocosa prosa, sempre ganhou à direita, e o Senhor não foi capaz porque é um incompetente, um oportunista como muitos na política, que queria ser primeiro-ministro para seu gaúdio pessoal. Se tivesse vergonha já ontem se tinha demitido. Não o fez, o que me leva a concluir, que vergonha na cara não é a sua especialidade. Depois de quatro anos de tanto sofrimento dum povo, ganhar à coligação era não só uma obrigação, mas um desígnio. O Senhor não foi capaz disso. E fruto da sua incompetência a coligação ganhou. Até lhe deve estar grata porque nunca pensou ter em si um tão poderoso aliado. Neste país de vergonha, com um povo pouco esclarecido, o Senhor é o maior embuste que o PS já fabricou. Mas não me surpreende muito. Na sua corte de amigos vi gente que se demitiu do PS quando Seguro quis meter na linha os oportunistas, que logo regressaram quando o Senhor foi eleito. E o Senhor que os devia manter à distância, acolheu-os. idolatrou-os porque o Senhor é tão oportunista quanto eles. Gente assim na política existe muita. Daí não ser precisa mais. A morte anunciada do PS era evidente. Desde uma campanha desastrosa, dirigida por amadores, até aos "enganos" sucessivos, tiros ao alvo falhados como no caso dos cartazes, enfim, ouve um pouco de tudo. Agora que o Senhor perdeu por muitos, se tiver dignidade, deveria pedir desculpa ao seu camarada Seguro, que apesar de o ter humilhado duma forma ignóbil, ele sempre ganhou à direita embora por "poucochinho" como afirmava então. Tomara o Senhor ganhar por "poucochinho" como ele. Se tivesse sido capaz disso, não estariamos aqui a ter esta conversa. A coligação ganhou, mais do que por mérito próprio, ganhou por demérito e incapacidade do PS e de si, Senhor Costa. A direita deve-lhe estar muito grata. Aguardo as benesses de que será alvo, os elogios que receberá dessa gente e, sobretudo, a desfaçatez com que os aceitará. Portugal votou na continuação do retrocesso. Meu povo, não basta começar a sair à rua já hoje para dizer que se é contra a coligação. Todos vós tendes o que mereceis.

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