Ainda sobre os atentados de Bruxelas
Temos estado incomodados com esta gente que mata sem razão, apenas por ódio ao que não compreendem, apenas por desdém aos valores fundamentais que noutros tempos, eles mesmo, abraçaram. Mas espero que tenhamos um pouco de distância em relação ao que está a acontecer. Esta gente menor que se faz explodir, não passa de gente cobarde, que não tem coragem de enfrentar a vida, quanto mais mudá-la. Eles não são o Islão nem representam o Islamismo. Eles são os excrementos duma sociedade porque nunca se esforçaram para serem diferentes. Não se confunda a religião, seja ela qual for, com gente rasteira como esta. E se os acicatam a atuar em nome de Alá, apenas lhes estão vendendo uma mentira, uma ilusão, um engodo. Não devemos confundir coisas que não são comparáveis. Mas também não devemos deixar-nos arrastar por um sentimento xenófobo que muitas vezes se vê por aí, relativamente a quem vem das mesmas paragens, porventura, com a mesma língua e cor de pele, mas que fogem da guerra, das violações, da tortura, enfim, de todo o tipo de atrocidades que gente, como a que se fez explodir em Bruxelas, representa. Temos que admitir que muitos virão infiltrados, mas não são a maioria, nem sequer representam nada entre milhares e milhares de homens, mulheres e crianças, que sofrem como nós, que anseiam uma vida mais digna como nós, que querem preservar a vida que têm para viver como nós. Esta gente rasteira que por aí anda a tentar destruir a vida de muitos inocentes, não pode ser confundida com a outra, honesta e que apenas pede segurança e dignidade de vida, afinal, tanto e tão pouco. Esta confusão que se vê generalizada aqui e além, apenas serve os intuitos desta gentalha, que faz do terror e da morte a sua bandeira. A bandeira negra da morte. A bandeira negra das trevas. Resistamos com denodo a estes, mas tenhamos o gesto solidário para com os outros, iguais a nós. Gente que quer apenas dar uma oportunidade aos seus filhos e viver com dignidade. Não tomemos a nuvem por Juno. Saibamos destrinçar o trigo do joio, separar a erva daninha da semente boa. No fundo, esses que fogem poderíamos ser nós.
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