O Brasil a bater no fundo
Confesso que o processo político em curso nesse grande país irmão que é o Brasil, me vem deixando atordoado. Depois dos comentários que publiquei no sábado passado, pensei que já teria visto tudo. Mas não. Ainda havia (e haverá certamente) mais para ver. Vi uma chusma de 'deputados' - as aspas não estão aí por acaso - autenticamente possessos, histéricos e sei lá mais o quê, a vociferarem contra a Presidente da República. Numa democracia há sempre vozes a favor e contra, mas acho que o Brasil já nem se pode considerar uma democracia. Ou deixará de sê-lo a muito breve trecho. Vi clamores sobre o bom nome de Dilma. Vi enxovalho, mas vi muito mais. Um desses tais 'deputados' (com aspas pois claro, até já nem me lembro do nome), chegou à vergonha de querer celebrar a memória assassina dum coronel que, ao que parece, foi o torturador de Dilma na prisão! Isto passou os limites do razoável, mas parece que o povo brasileiro não tem consciência disso. Atordoado com o ruído, não consegue enxergar para lá da ponta do nariz. Se Dilma Rousseff tem algo que se lhe aponte, pois então as instituições que funcionem. Mas não vi ainda o apontar nenhum crime que a pudesse incriminar. E sendo assim, na Europa, chamámos-lhe golpe de Estado. Aliás, esses tais 'deputados' já nem escondem ao que vêm. Dos 65 deputados que fizeram surgir o processo de destituição, 8 têm processos crime nos tribunais centrais, 22 nos tribunais inferiores e até um deles - Paulo Maluf, ex- governador de S. Paulo - esteve preso 40 dias e tem um processo de captura internacional através da Interpol. Esta é a imagem de alguns 'deputados' brasileiros que se assumem como justiceiros de Dilma Rousseff. E o povo brasileiro lá vai cantando e rindo, - com samba à mistura -, em mais uma festa. Chegado aqui, lembro-me das palavras dum tenebroso nazi, Adolf Hitler, que no seu 'Mein Kempf' escrevia: "As massas são desprezíveis". E parece ser isso que estão a fazer ao povo brasileiro. Parece que muitos 'deputados' andam a ler o livro de Hitler. E isso já não dá para maquilhar o que se está a passar na grande nação brasileira. O Brasil tem sido considerado um dos países emergentes, saindo dum período de ditadura militar e de uma democracia insípida, que o tinha colocado no terceiro mundo. Mas não demorará muito tempo, que essa economia emergente regresse ao terceiro mundismo de novo. O Brasil bateu no fundo. E agora, que alternativas existem? (Sérias e não corruptas quero dizer). Numa Europa que olha para o Brasil atónita, sem perceber que valores são esses, tão diferentes dos europeus, apenas fica a nota de que aquilo que está a acontecer no Brasil conseguiu por de acordo quase todos os comentadores por cá, independentemente do quadrante político ideológico a que pertencem. E isso dá muito que pensar.
0 Comments:
Post a Comment
<< Home