Dia de Fiéis Defuntos ou de Todos os Santos
Mais um daqueles dias que o Cristianismo absorveu oriundos da mitologia pagã. É o dia de celebrar a memória de todos aqueles que já partiram para um outro espaço-tempo que não o nosso. No calendário cristão este foi o dia reservado para aglutinar todos os santos que não tinham um dia próprio. Como sabem, todos os dias do nosso calendário são consagrados a um santo. E este reúne todos os outros que não têm um dia específico. Na minha juventude era o dia de visitar os cemitérios. A geração anterior até fazia desse dia uma romagem que durava pela noite dentro até ao dia seguinte. Tradições que foram desaparecendo e hoje, são poucos os cemitérios que estão abertos muito para além do horário normal. Porque as tradições já não são o que eram. Os tempos mudaram e outros fetiches vão preenchendo o nosso imaginário. Como pertenço a uma outra geração ainda faço do dia a romagem aos meus maiores, ancestrais que povoaram a minha vida em determinado momento e nela tiveram influência definitiva. Não preciso deste dia para os ir homenagear. Faço-o amiúde pela necessidade de interagir com pessoas que foram muito importantes para mim. Não sou dos que defende o dia disto e daquilo. Penso que é o coração que comanda a vida e nos interpela a cada momento. Por isso, vou por lá passando. Afinal a minha família já passou para o outro lado do espelho à muito. Agora sou eu que ocupo a primeira fila para quando esse dia chegar. Como há-de chegar a todos nós. Mas confesso que não fico indiferente ao dia nem ao seu simbolismo. Toda a nossa cultura judaico-cristã é baseada nos símbolos. Este é apenas mais um.
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