Turma Formadores Certform 66

Friday, February 10, 2017

Espaços de responsabilidade

A blogosfera, as redes sociais e outras coisas similares são ótimas, mas também têm o seu lado perverso, como tudo o que é da real condição humana. Frequento muitos espaços que, como é natural, começaram com uma certa vertente e foram-se ajustando ao tempo, e com o tempo, consoante as evoluções que a vida - ou outras condições daí derivadas - impuseram. Curiosamente, abri estes espaços (ou melhor, um grande amigo meu o fez por mim!) mas estiveram praticamente inativos durante algum tempo. Nalguns casos chegou a anos. Até que percebi da sua força na demanda sempre necessária e urgente em prol dos animais. Assim, começou uma certa massificação de informação sobre animais, sobretudo, a denúncia dos maus tratos a que estes eram (são) sujeitos em Portugal e noutras partes dos mundo - porque o ser humano covarde existe em todas as latitudes - quer se tratasse de maus tratos perpetrados por pretensos 'donos', mas também, aqueles que existiam (existem) em instituições oficiais, como os canis e os matadouros, onde apesar de tudo, nem o respeito pela hora derradeira dum ser vivo, impede a bestialidade. As informações produzidas eram de tal jaez que muitos dos meus seguidores me foram informando, de que assim continuando, poucos me seguiriam pela violência das imagens que publicava. (Sempre é mais fácil olhar para o lado ou meter a cabeça na areia, mesmo vindo de pessoas que talvez se preocupem com os animais). Nem me tinha apercebido da violência que as informações que publicava estavam a produzir, - afinal era (é) a dura realidade -, mas compreendi a ressalva e 'adociquei' um pouco as coisas. (Mas cumpre dizer que, mesmo em prol da defesa dos animais, tal me trouxe poucos amigos, mas sobretudo, uma coleção grande de inimigos! Enfim, coisas que 'a própria razão desconhece', como diria o poeta). Mais tarde, veio a minha afilhada Inês e então, - sem perder a vertente de apoio animal que sempre caracterizou estes espaços -, as suas fotos foram ocupando mais e mais espaço, numa sôfrega atitude de padrinho babado e orgulhoso, que gostava de partilhar com os seus amigos a sua felicidade. Mas também isso mudou, aqui duma forma mais definitiva, e disso dei justificação em tempo útil em comunicado que fiz para os amigos portugueses, mas também para os estrangeiros, que seguiam - e eram muitos - este meu amor profundo e incondicional. (Não vou aqui falar mais sobre isso, o comunicado feito então, penso que é bastante esclarecedor). Então entrei numa outra fase - nunca perdendo a vertente última de defesa dos animais - mas mudando um pouco a direção para uma área mais cultural, algo que acho que falta muito nestes espaços, onde a baboseira parece ter assente arraiais duma forma perene e definitiva. Claro que logo aparecem os detratores - normalmente ligados às baboseiras - a dizer que é um chorrilho intelectual que interessa a uns poucos. Infelizmente é verdade. Mas antes me acusarem de intelectual do que ignorante. E se puder ser útil a outros nalguma evolução do pensamento, tanto melhor, afinal também vou bebendo conhecimento doutros 'intelectuais', e assim é que se criam cadeias de evolução. Cada um assume a direção da organização do seu espaço como entende e acha mais adequado ao seu perfil. Mas, é bom não esquecer, cada um também é responsável pelos espaços que ocupam no cyberespaço. E eu não sou exceção. Sempre me assumi como sou, quem sou, a minha imagem é conhecida, nunca sentindo necessidade de esconder a minha identidade atrás de outras imagens. Assim, o que escrevo e publico nesses espaços são da minha total responsabilidade e todos sabem quem sou. Não ando escondido de ninguém, nem fugido a nada. O meu rosto é conhecido. Sou assim e basta! Se estes espaços poderem ser úteis a alguém tanto melhor. Fico até contente e feliz. Quem não concordar, com certeza que encontrará com muita facilidade, outros mais ajustados aos seus interesses. É assim, com transparência e responsabilidade que aqui estou e pretendo continuar a estar sem conceções de espécie alguma. Até ao dia em que achar que devo seguir outros rumos. Obrigado a todos os que me seguem, por cá ou no estrangeiro, porque com o vosso contributo também me ajudais a ser uma pessoa melhor.

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