Turma Formadores Certform 66

Wednesday, April 26, 2017

A lei dura sobre o mais fraco

Ontem deu-se mais um caso de ataque dum cão de raça Rottweiler teve lugar bem perto do local onde habito. É um local onde desde bem cedo é visível pessoas a passearem os seus cães nem sempre de trela e nunca de açaime. Ainda ontem lá estive, horas antes do incidente, e embora fosse ainda bem cedo já havia gente a passear os seus cães por lá. É certo que há raças que têm conotações mais complexas fruto de alguma má informação e, sobretudo, dos péssimos donos que os têm. Casos dos Rottweiler e dos Pitbull. O que ontem se passou em Matosinhos é disso exemplo. Não assisti ao caso, mas daquilo que soube, o cão teria abordado uma criança, como tantos outros o fazem, talvez duma forma mais agressiva ou talvez não. O pai da pequena terá chamado a atenção ao dono para lhe colocar uma trela, no momento que tira uma foto com o telemóvel do sujeito. Este não gostou da advertência, mas sobretudo da foto, - e será bom saber porquê -, e em vez de segurar o animal, vai sobre o pai da criança na tentativa de lhe tirar o telemóvel. É mais do que óbvio que o cão iria atacar nessa situação. Estes cães são normalmente treinados para uma férrea defesa dos seus donos, e o cachorro não interpretado bem a situação, deve ter pensado que o seu dono estava a ser atacado. Logo ataca na tentativa de proteger o dono, como certamente tantas vezes o ensinaram a fazer. Aqui coloca-se a questão da responsabilização. A lei que temos é demasiado dura com os animais porque ignorando a situação, condenam o cachorro à morte. (Neste momento, ele deve estar confuso e assustado no canil de Matosinhos, à espera da morte, sem perceber porque o tratam assim, apenas porque tentou defender o dono, como lhe ensinaram). No entretanto, o dono vai à polícia, espera para ser apresentado a um juíz, - em liberdade -, e hoje vai a tribunal. Vai ter uma multa, talvez uma reprimenda do juíz, mas de seguida sairá como se nada fosse. Enquanto o cachorro enfrenta a morte, ele fica em casa, e depois de dar algum tempo para se esquecer o caso, volta a arranjar outro e o ciclo continua. Esta lei que temos não serve porque não pune devidamente os donos enquanto reprime drasticamente o animal, o ser mais fraco e sem direitos. Será que ainda se lembram dum caso que fez correr muita tinta há uns anos atrás, quando um cão desta raça atacou uma criança, quando esta caiu sobre ele que estava numa divisão às escuras? Um cão que conhecia a criança com  quem brincava muitas vezes? A culpa foi dos pais que não souberam tomar as precauções devidas com a criança, o cachorro apenas reagiu àquilo que julgou ser um ataque. Este caso mobilizou muita gente nas redes sociais, e o Zico - era então o nome do cão - que estava para ser abatido, foi salvo pela intervenção popular e pela decisão dum juíz esclarecido que leu bem a situação. Este viria a ser adotado por uma Âssociação - passou então a chamar-se Mandela - e nunca mais se ouviu falar do caso. Porque um cão, especialmente estes, têm que ter uma grande responsabilidade dos seus donos. Enquanto a lei se mantiver como está, a beneficiar o infrator (o dono) e a punir o ser mais fraco (o cão), assistiremos a casos como este que se vão repetir de tempos a tempos. É urgente clarificar a lei, é imperioso que os tribunais analisem bem os casos e não apliquem a lei às cegas, é necessário que os donos sejam fortemente penalizados e não os animais. Um cão é o espelho dos seus donos. Claro que há exceções, - até entre humanos isso é visível -, mas estas apenas confirmam a regra.

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