Turma Formadores Certform 66

Thursday, July 20, 2017

Em torno da problemática dos incêndios

Todos os anos o nosso país sofre terrivelmente com o problema dos incêndios. Sempre foi assim, desde a minha infância, então atribuindo-se a este ou àquele a sua causa, - por razões políticas ou outras -, mas nunca se atacando o problema a fundo. Há dias vi uns peritos nestas matérias a afirmarem que Portugal tem que reestruturar rapidamente a floresta mas também desenvolver novas técnicas de ataque aos incêndios. Porque, ainda segundo estes peritos, as alterações climáticas estão aí e já não podem ser ignoradas por ninguém e Portugal será um dos países que mais irá sofrer com isso. Não sei o porquê desta última afirmação, mas quanto à reestruturação da floresta, ela é um imperativo. Substituir o eucalipto (imposição das celuloses desde à muitos anos) por pinheiros e oliveiras que oferecem mais resistência aos fogos do que o primeiro. Isto é algo que venho ouvindo vai para um par de anos, embora nunca se passe à sua concretização, fruto certamente dos poderosos lobis do setor. Mas, estou certo que, mais cedo ou mais tarde, o problema terá que ser enfrentado com coragem. Veremos se é desta. Mas o que me trás aqui prende-se com uma outra questão, a de desenvolver novas técnicas de ataque aos incêndios. Sem por em causa todo o profissionalismo e denodo dos bombeiros, fico com a sensação de que ainda há uma grande dose de amadorismo em tudo isto. Quando se deu o trágico incêndio de Pedrogão, todos vimos que havia uma certa descoordenação em tudo aquilo, cada um atuando ao seu jeito. Depois vimos um grupo de bombeiros espanhóis que por cá passou e com as suas técnicas de contra fogo, resolveram num ápice as áreas que lhe estavam adstritas para grande surpresa de todos, mesmo de pessoas ligadas à Proteção Civil, que não escondiam o seu espanto. Embora em Portugal já exista um elevado grau de profissionalismo dos bombeiros, ainda existe muito voluntariado com toda a pecha que isso encerra. (Reafirmo de novo que não estou contra os bombeiros, voluntários ou não e ao seu empenho no combate aos fogos). Mas fico sempre com a sensação que todos fazem o máximo, mas que o máximo nunca chega. Todos os anos vimos o mesmo e é fácil chegarmos a esta conclusão. Julgo que, como dizia um jornalista ontem, há que ensinar os bombeiros a apagar fogos utilizando, por ventura, outras técnicas mais inovadoras e eficientes, do que aquelas que até hoje têm utilizado. É preciso fazer algo a este nível e rapidamente, porque se é verdade que, fruto das alterações climáticas, Portugal é um dos países que poderá ser mais vulnerável, então é mesmo preciso encarar de frente esta problemática para evitar que, ano após ano, termos de lamentar tanta perda de vida humana e animal, mas também destruição de um dos grandes patrimónios do nosso país como é a floresta.

0 Comments:

Post a Comment

<< Home