Turma Formadores Certform 66

Wednesday, July 12, 2017

Sobre a virtude!...

Em dia de reflexão depois dum somatório de dias de provação. E quantos mais ainda terei pela frente. Mas é sempre bom pensarmos que tudo o que fazemos tem um sentido. Não somos santos de altar, mas podemos fazer a diferença no dia a dia, face ao nosso semelhante angustiado, ao animal sofredor ou à natureza vilipendiada. Tema para nos questionarmos. Talvez aplacar a alma, ou se calhar, inquietá-la. Reflexões para nos agitar as consciências da nossa pequenez face ao Universo. Aquele que pensamos que conhecemos e afinal nele nos perdemos. Descer aos infernos para nos podermos erguer aos céus. Ao fim e ao cabo, toda uma retórica face à grandeza, mas também, insignificância da vida. Pela nossa e pela dos nossos semelhantes que muitas vezes ignoramos. "As visitas aos hospitais e às prisões, o trato com os miseráveis e os doentes - todo o poema da caridade - são páginas de abnegação. Os andrajos são pouco atraentes e as almas em farrapos menos ainda! Inclinar-se para o pobre e acarinhá-lo, é um gesto belo, mas que muitas vezes exige vencer-se a si mesmo. A caridade é quase sempre um exercício de abnegação. Para nos interessarmos pelos outros, temos de nos esquecer de nós mesmos. Para aliviar a cruz, temos de ajudar a levá-la. Para suportar os defeitos alheios, necessitamos de tanta humildade como paciência. Parece-nos muito natural que os santos sejam afáveis e mansos, que nunca se aborreçam nem irritem - sem pensarmos que os santos podem ter nascido com um temperamento vivo e um carácter difícil. O que nos parece a coisa mais simples do mundo, tratando-se dos outros, quando nos diz respeito, já é diferente! Torna-se insuportável, impossível - heróico!", Maria Joana Mendes Leal in 'O "Santo" Padre Cruz', pág, 142/143. Será bom que apreendemos estas palavras, reflitamos sobre elas. Tentemos ser melhores. Porque tanto lutamos por acumular, aquilo que a vida nos há-de tirar no fim dos dias. A grandeza face à pequenez. Do glamour à humildade. Da vida vivida à tão desejada redenção. Nestes dias difíceis que tenho passado, tenho refletido sobre muita coisa. Guiado pela mão dum animal. Talvez pareça estranho mas, por vezes, é pelo improvável que atingimos patamares superiores que doutra forma não conseguíamos. A sua doença e sofrimento, são a minha provação, mas também podem ser, o meu apaziguar de espírito de que tantas vezes carecemos. O indicar dum caminho outro para a minha própria paz interior.

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