"O 'Santo' Padre Cruz" - Maria Joana Mendes Leal
Sou um leitor assíduo - compulsivo até - desde muito jovem. Os livros povoam a minha vida como o ar que me circunda e me faz respirar. E no meio de tantos milhares (milhões) de páginas devoradas, sempre fiquei com a sensação que há determinados livros que me vêm ter à mão em momentos menos fáceis da vida. Não sei explicar porquê, mas muitas já foram as vezes que isso aconteceu. E o livro de que vos quero falar hoje não fugiu à regra. Adquiri-o há vários anos, esteve no prelo muito tempo e, quando chegou a sua vez, estava a passar pela situação que todos conhecem de enfermidade do meu grande companheiro Nicolau. (Talvez uma coincidência, dirão. Mas coincidências destas tenho-as tido ao longo da minha vida). Mas continuemos. O livro em causa chama-se "O 'Santo' Padre Cruz" e é da autoria de Maria Joana Mendes Leal. Porquê este livro? Desde muito criança que ouvia falar do Padre Américo e do Padre Cruz na minha casa. Para mim, então ainda de tenra idade, era como se fossem uma e a mesma pessoa. Mais tarde constatei que não era assim. Na minha família havia alguém que conheceu o Padre Cruz o que fazia dele objeto de muita tertúlia na família. Assim fui crescendo a ouvir as estórias mais fantásticas em torno deste santo homem e o aparecimento do livro na minha estante é uma espécie de corolário disso mesmo. Mas olhemos para o livro. A melhor análise do mesmo não poderia ser feita senão por D. Manuel Trindade Salgueiro que foi arcebispo de Évora. Passemos-lhe a palavra. "A vida do Santo Padre Cruz, obscura e gloriosa, apagada e empolgante, é dos testemunhos mais eloquentes dos nossos dias... Na simplicidade obscura ou no heroísmo dominador, a vida do santo é sempre luz e força do Evangelho. Por isso, o Santo Padre Cruz, presença augusta e atuante de Cristo, deslumbra as multidões que o procuravam ansiosas e reconheciam que nele havia o sinal do grande mistério. Qual a razão dessa atração poderosa?... A lição contínua nas páginas ardentes deste livro, que ressuscita para a nossa memória e para a nossa sede de divino, é a sua figura iluminada de místico e de apóstolo, transformando em força redentora o fogo divino que lhe abrasava a alma". Depois disto, penso que já nada mais há a dizer. Um livro muito interessante que não é daqueles livros laudatórios, que por vezes se vêm por aí, a tratar de assuntos idênticos. Um livro já com alguns anos a merecer a vossa atenção sejais ou não crentes. A edição é da Editorial A.O. - Braga da coleção "Santos para hoje". Recomendável.
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