Turma Formadores Certform 66

Thursday, March 08, 2018

Em nome de quê?

Temos vindo a assistir a imagens horríveis que nos chegam da Síria. Desse 'inferno na terra' para usar a feliz expressão  e António Guterres, o atual secretário geral das ONU. Fala-se da Síria, como se poderia falar do Iemen do Sul, do Sudão, do Iraque, ou doutros 'infernos' que por esse mundo são cada vez mais. O desígnio do ser dito humano parece que sempre foi esse, o de se auto destruir, pelas armas, alterando as suas condições ambientais, ou outra qualquer, mas todas com um traço comum, a sua auto destruição. Mas voltemos à Síria. Que se passa naquele país que já foi um verdadeiro campo verdejante e que hoje está em ruínas? Como sobrevive aquela gente acossada de dia e de noite vítima da tirania dum líder, que em nome duma qualquer balelice empurra para a morte os seus concidadãos? Que futuro haverá quando os jovens nem acesso à escola têm? Como olhamos para isto face às mentiras que o regime e os russos espalham pelo mundo? Porque no indignamos, nós os ocidentais, que também não temos as mãos totalmente limpas? Afinal porque é que este 'inferno' está a acontecer? Tudo se resume a uma simples palavra 'ganância'. Sim, a mesma ganância que levou o ocidente a interferir no Iraque em nome do fim duma tirania, cujo tirano tinha sido adestrado e financiado pelo ocidente e que tinha, afinal, o petróleo como fim último! A mesma ganância que faz com que se destrua a Síria e o seu povo indefeso, também ela vítima dum líder educado e treinado no ocidente!  O mesmo ocidente que criou Bin Laden, os talibãs, o daesh! Afinal onde anda essa moral? Que moral tem o ocidente a quem apenas interessa a riqueza do subsolo desses países, seja o petróleo ou outra? Que lágrimas de crocodilo se vertem quando se maquinam estes conflitos por trás da cortina? Demasiadas interrogações para um drama ainda maior que é o das populações acossadas que fogem à miséria, à guerra, à morte e invadem em bandos o ocidente, especialmente a Europa. Essas migrações, que irão dentro de algum tempo, mudar a configuração do ocidente e da sua cultura. A mistura cultural trás sempre isso, a absorção por ambos os lados, de gestos, culturas, termos linguísticos, mentalidades, que irão descaracterizando o cidadão ocidental. Em breve pagaremos o preço, elevado certamente, daquilo que espalhamos pelo mundo. A quem interessa isto? O fim das migrações só será conseguido com o fim das guerras nos seus países de origem. Mas elas não acabam. Porquê? Pelo chorudo negócio das armas, dos interesses, da diplomacia de sangue que, talvez em nome duma qualquer ordem nova mundial, vai redesenhando o mundo. No entretanto, as populações civis indefesas são os peões neste imenso tabuleiro da geopolítica. Estas são as verdadeiramente sacrificadas nos altares da ganância seja na Síria ou noutro 'inferno' qualquer. 

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