Turma Formadores Certform 66

Friday, September 21, 2018

A Rosita deixou-nos

Da Rosita nem sinais. Nem do seu companheiro(a). Quando faço o meu jogging matinal costumo cruzar-me com vários gatos, alguns que já me conhecem até vêm ter comigo. Nenhum vi esta madrugada. Era como se os gatos tivessem desaparecido da face da Terra. A Rosita era uma presa fácil. Qualquer um era seu amigo. Nunca vi um gato assim. Desde que por aqui apareceu deixou logo que lhe pagassem. Tinha ânsia de ficar em casa. Quando deixava a porta aberta ela entrava. Chegou a vir ter comigo ao escritório. Ficar com ela era impossível porque o meu cão Nicolau não aceita gatos. Mas logo lhe fizemos uma cama. Comida e água nunca lhe faltou. Pela madrugada era vê-la mais o seu companheiro a virem comer. Depois ele ia ou ficava mais distante. Desconfiado. Mas apesar disso, estou convicto que não escapou à sanha covarde de quem os envenena. Quem anda nesta demanda dos animais, por mais que diga que acabou, sabemos que nunca acabará, é algo que fica para a vida. Quem entra neste mundo, sabe que vai ajudar a minorar o sofrimento de seres que nada têm e que estão expostos à ignomínia humana, mas tem que saber também que vai sofrer muito. Quem anda nestas coisas com seriedade é assim. Quem faz disto negócio, promoção social ou coisas bem mais prosaicas, é apenas mais um gato. Para nós não era mais um gato. Era a Rosita. Na ignorância de muitos, que de animais apenas sabem nas redes sociais, não perceberam que ela era castrada. Era visível o corte na orelha esquerda, que muitos atribuem a lutas entre eles, mas que não é mais do que um sinal de que se trata dum animal de rua mas castrado. E as gatas são o mais odiado são as primeiras a sofrer as consequências. Estou convencido que a Rosita já não existe embora não tenha provas disso nem do seu contrário. Mas espero que pelo menos não esteja por aí em sofrimento. Se tiver que morrer pois que morra rápido. E a quem o fez, auguro-lhe o pior para a sua vida. Não sei quem o poderá ter feito, mas seguramente se o souber terá sérios problemas porque não deixarei o assunto terminar aqui. Seja amigo ou inimigo, familiar ou não, nestas coisas dos animais não conheço ninguém. É por eles que luto e assim será enquanto a saúde me permitir fazê-lo. A Rosita deixou-nos. O seu lugar cá em casa está vazio. Nunca mais a verei no baloiço onde tanto gostava de estar junto de mim. Estamos devastados como é natural. Quanto se sofre por se querer ajudar animais! Mas também nos dá a força de continuar porque para nós os animais são a nossa razão de ser. Adeus, Rosita!

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