Ontem à noite fui surpreendido por uma informação que recebi da Irlanda através da minha amiga Joyce Ruigrok. Ela dizia que a nossa amiga comum, Ing-Britt tinha falecido. Confesso que fiquei atónito se não mesmo chocado. Sabia que não andava bem mas longe de pensar em desfecho tão trágico. E esta minha surpresa estendeu-se a todos os muitos amigos que tinha pelo mundo. Ninguém queria acreditar em tal. Mas tinha acontecido e tínhamos que lidar com isso. Conheci a Ing-Britt à muitos anos fruto da paixão que ambos nutríamos por cães. Depois foi as muitas publicações que fiz da matilha de Rio Tinto, um grande grupo de cães errantes que colheu aconchego no seu coração e que a levou, durante vários anos, a enviar dinheiro com alguma regularidade para apoiar esta matilha. Mais tarde, foi a minha afilhada Inês a tocar o seu coração. Desde que nasceu ela sempre a acompanhou. Falamos muito da Inês como tínhamos falado muito de cães e da citada matilha. Com o fim desta, a Inês passou a ser o seu foco de atenção. Pelo seu aniversário ou pelo Natal sempre enviava alguma coisa para ela. Este ano quis ir mais longe e deu-lhe uma prenda valiosa. Desde logo valiosa pelo valor estimativo que tinha, mas também valiosa pelo seu valor intrínseco. (Desse facto fiz eco na semana que ora finda). Várias vezes teve a amabilidade de me convidar para ir passar uns dias a sua casa e levar a Inês que tanto gostaria de conhecer. Nunca fomos pelo facto da situação do nosso cão Nicolau - que é de todos conhecida - e que nos impede de o deixar para trás, coisa que nunca faríamos. Contudo, tinha em mente que, um dia que ele cá não estivesse, dar satisfação a esse desejo dela que era também meu. Agora já será tarde demais. Lembro-me bem das várias fotos da Inês que me foi pedindo ao longo do tempo quando deixei de publicar. E como ela ficava encantada. Até numa das últimas vezes que falei com ela, recordo de Ing-Britt me ter formulado uma intenção que aqui não revelo para manter o direito de reserva que então me pediu. Lembro também o apoio que me deu a quando da doença do meu cão Nicolau. Esta alma grande e boa deixou-nos e como ela acarinhava os animais. Desde logo os seus cães, mas também do modo como alimentava outros, como esquilos, aves e sei lá mais o quê, e me enviava vídeos para eu ver. Recentemente estava a passar uma enorme provação da qual me deu conhecimento e sobre a qual falamos muito. Era algo que a fazia sofrer até ao limite. Acabou por não aguentar a pressão. Sabia da dureza da provação, mas nunca pensei que tivesse tal consequência e acabasse deste modo. Dela recordarei sempre a amizade, carinho e respeito que teve para connosco e, sobretudo, com a minha afilhada. Um dos seus últimos gestos é o cartão que ela enviou à Inês, junto com a prenda, para que um dia, quando ela fosse mais crescida, soubesse desta amiga, que lá dum país tão distante como é a Suécia, lhe tinha tanto amor e carinho. (Esse cartão, escrito e assinado pelo seu punho, diz bem da grandeza dessa alma nobre e do amor que nutria pela minha afilhada. Espero ainda ter tempo de um dia, quando ela for mais crescida, lhe explicar quem era esta pessoa que de tão longe tanto gostava dela). Quero aqui apresentar as minhas mais profundas condolências à sua família, especialmente ao seu marido Gunnar, que deve estar a passar uma grande provação neste momento. E faço votos para que as potestades celestiais a ajudem na sua caminhada neste seu novo ciclo. Que o Céu seja o seu destino e que o Amor com que sempre lidou com os outros seja o seu testemunho. Que saudades terei desta grande Senhora! Foi um grande foco de luz na minha vida. Descansa em paz, Ing-Britt!
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