Turma Formadores Certform 66

Wednesday, November 28, 2018

Um ano depois


Passa hoje um ano sobre o fim da chamada matilha de Rio Tinto. Parece que foi ontem e já um ano passou. Durante 17 anos ajudei esta matilha. Vi muito morrerem para gaúdio  do ser dito humano, vi alguns desaparecerem sem que deles se conhecesse o rasto, vi adoções apressadas que redundaram em autênticos fiascos, sendo os animais, como sempre, as vítimas, chorei muitas lágrimas ao ver o sofrimento daqueles animais e eu sentir-me impotente para dar resposta a todos eles. Chegaram a ser 30 cães. E eu estava sozinho. Cerca duma década depois lá foram chegando umas ajudas, que foram importantes, e que aqui agradeço, mas sempre insuficientes porque estes animais estavam em degradação acelerada. Até que ficou um, o Repinhas, de que já ouviram falar muitas vezes. E é aqui que quero chegar. Uma vez depois dum apelo dramático por me sentir impotente para dar continuidade ao caso, em virtude de morar muito longe do local da matilha, senti uma ajuda, um gesto nobre duma não menos nobre pessoa, lá de bem longe de Bragança, era a Margarida Ferreira. Sempre disponível e solidária, apiedou-se do meu pedido de ajuda que parecia não motivar ninguém, e a Margarida não ficou indiferente. A Margarida nunca fica indiferente. E assim surgiu a possibilidade de o levar até ela e depois reencaminhá-lo para o seu destino final, em Macedo de Cavaleiros, uma outra pessoa amiga e solidária que aqui também quero lembrar, a Cris Pinto. Da vontade conjugada destas duas pessoas, o Repinhas viria a encontrar um novo lar. Onde nada lhe falta. Como me aquece o coração ver as fotos que a Cris ou a Margarida me envia de vez em quando, e recordar esse amigo que vi em sofrimento apenas a um ano de distância. Como me reconforta sabê-lo bem. Já agora, e à boleia desta memória, quero aqui trazer a memória duma outra amiga que muito ajudou financeiramente esta matilha. Morava lá bem longe na distante Suécia, chamava-se Ing-Britt Henriksen e deixou-nos no mês passado para um lugar melhor onde espero que esteja pelo muito bem que espalhou pelo mundo, especialmente, ajudando animais. Não foi a única, porque outras ajudas vieram de outras partes do globo. Mas esta foi a mais importante e significativa. Falava com ela amiúde, e sempre queria saber novas da matilha e, mais tarde, do Repinhas. Ela também foi uma mão amiga e solidária que muito ajudou para que um grupo de cachorros tivessem uma vida o melhor que fosse possível. Aqui fica a nota e a memória. Porque a gratidão deve ser o mais nobre dos sentimentos e nunca devemos esquecer ninguém que nos ajude a ajudar. Um ano depois só me resta agradecer a quem tornou possível tudo isto e a quem o adotou. Essa memória ficará para sempre guardada no meu coração. Bem hajam. (P.S.: A foto anexa foi uma das últimas que me chegou do Repinhas e que aqui quero partilhar convosco).

0 Comments:

Post a Comment

<< Home