Turma Formadores Certform 66

Thursday, December 06, 2018

Um mistério chamado Rosita

Desde que tenho a Rosita como nova centralidade da minha casa só tenho tido surpresas. Ela aparece e desaparece sem que saiba a razão, o que acho pouco normal para uma gata castrada. Mas o certo é que acontece. Também fico com a sensação que quando dou notícia do seu desaparecimento, ela logo aparece. Foi mais uma vez o caso. Ela tinha desaparecido no passado domingo e apareceu hoje ao fim da manhã. Cada vez fica fora mais tempo e não sei a razão. Apareceu um pouco suja e com uma fome terrível. Logo lhe dei de comer e parece que a Rosita voltou à sua rotina habitual até que desapareça de novo. Mas este animal tem-me feito interrogar sobre a condição da relação do ser humano com os animais e vice-versa. Que um animal estimado na minha casa desaparecesse sem razão já seria um mistério insondável para mim, mas que os donos aceitem a sua ausência com uma enorme indiferença é demais. Parece que o ela andar por cá ou não, não implicava nenhuma mudança, e a vida lá continuaria à mesma. Eu sentir-me-ia incomodado se tivesse um animal que trocasse a minha casa pela dum vizinho, porque de certeza haveria uma razão, e eu teria que tentar descortinar qual era. 'Mas o importante é que está bem', conforme me disseram por várias vezes, e pronto, a consciência está apaziguada. O ela desaparecer sem deixar rasto seria uma angústia para mim porque logo viria à minha memória algo que lhe poderia acontecer, e logo num local onde os gatos não são bem vindos para algumas pessoas. Mas essa aparente paz interior de que se calhar alguém a recolheu é algo que me tira do sério. Não quero falar mais sobre isso porque o tema mexe comigo de tal forma que receio poder vir a ser inconveniente e não quero. Afinal o mais importante é a Rosita regressou, parece que por mais algum tempo estarei descansado porque voltou à sua habitual rotina. Nestes dias e sempre que chamava por ela, aparecia a Maria, a sua potativa irmã, que me olhava triste e miava e ia embora, como a dizer-me que também não sabia nada dela. Até por isso, acho que os animais são bem mais solidários do que nós e sentem as ausência com mais dor do que a nossa. Como disse hoje de manhã e citando um célebre escritor francês, 'quanto mais conheço os homens mais gosto dos animais'. Assim termino da mesma maneira e com o mesmo sentimento. Obrigado a todos os que me contactaram para saberem da Rosita. Muito obrigado.

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