Festividades de Nossa Senhora da Hora
Celebra-se hoje o dia de Nossa Senhora da Hora. Não sou dos que mais apreciam estas festas populares, não por serem populares, mas porque simplesmente me dizem pouco. Contudo, e sempre que posso, vou neste dia à Senhora da Hora. Porque para além das festividades, vou encetar uma romagem às minhas memórias, ao meu passado de muitas décadas, quando ainda criança visitava esses locais pela mão dos meus pais e avós. Era lá que me comprava as farturas e o célebre doce de Teixeira, era lá que vinha algum brinquedo daqueles de madeira ou de lata como era normal nessa época, mas sobretudo, era nas barracas de louça que me compravam mais um 'santinho' para embelezar a cascata para os Santos Populares que mais tarde se fazia. E isso marcou-me tanto que ainda conservo a quase totalidade desses bonecos de barro. A minha avó materna e madrinha era natural desse lugar e esta festa era obrigatória nas poucas diversões que então existiam. Assisti com o meu avô materno e padrinho ao erguer da igreja nova, mas era a mais antiga, a tradicional capela que me enchia as medidas. Porque nela tinham os meus pais casado e eu fui batizado, nela assisti a cerimónias de muitos amigos e familiares que partiam desta vida. Sempre fiquei agarrado a essa memória. Por isso, neste dia acabo por arranjar maneira de lá passar. Só nesta altura a velha igreja está aberta o que me enche de alegria. Palmilhei aqueles caminhos que, apesar de diferente e modernizados, ainda conservam aquelas memórias de outros tempos, tempos bem recuados mas cujas marcas ainda perduram. E assim fiz, mergulhei nas recordações e vim de lá mais animado, especialmente, mais enriquecido com as memórias da minha infância que ainda me restam. Aquela infância mais longínqua e profunda que a memória ainda conserva.
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