O síndrome Rosita
A Rosita já percebeu que pode andar à vontade. O Nicolau já não é uma preocupação para ela. Agora sente-se 'dona disto tudo' e até o seu génio foi mudando. Antes era duma docilidade enorme, hoje, embora não deixando de o ser totalmente, é mais empertigada, mais senhora do seu nariz. Como gata livre, ela não quer amarras de espécie alguma. Vai até dentro de casa e se está com muito sono, logo sobe ao sofá onde é capaz de dormir toda a manhã. Mas logo que acorda, normalmente à hora habitual das refeições, come e logo quer sair. A sua dona já me tinha dito que ela não parava muito dentro de casa, e que miava muito para sair. Achei na altura que isso era um pretexto para a deixar fora. Mas a senhora tinha razão. Ela gosta de aqui estar, mas logo quer sair para andar em liberdade a visitar a sua 'irmã' na casa dos seus donos ou, simplesmente, andar de casa em casa a ver o que se passa. Logo pela madrugada vem pedir de comer, mas depois, vai-se embora porque ainda é noite e ela gosta de andar por aí. Gosto muito da Rosita, mas se calhar porque nunca tive gatos, não me habituo à sua independência. Um cão é próximo, amigo, fiel, todo o contrário dum felino que é muito zeloso da sua liberdade. Embora apoie gatos vadios à muitos anos, nunca os tive próximos como agora com a Rosita. E talvez porque toda a minha vida foi feita no meio de cães, noto a diferença. Estou a viver uma espécie de síndrome Rosita. Mas todo o carinho, higiene, alimentação, nunca lhe serão sonegados. Embora perceba cada vez melhor que ela é que decide a sua vida e mais ninguém. Ao fim e ao cabo foi ela que decidiu vir para cá e por cá tem andado.
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