As alterações do clima
Ouvi anteontem a intervenção do Secretário Geral das Nações Unidas, António Guterres, sobre as alterações climáticas. Estas afirmações foram proferidas em Madrid no âmbito da Cimeira do Clima que ontem começou na capital espanhola. Na sua intervenção, Guterres quis passar uma mensagem de esperança e não de desespero, para usar as suas próprias palavras. Em geral estou de acordo com as suas intervenções, mas não com esta. Embora não querendo passar nenhuma mensagem alarmista para o mundo, Guterres deve estar ciente de que a linha vermelha já foi ultrapassada à muito. Cada vez a seca é maior, com ela o cortejo de incêndios cada vez mais extensos e devastadores; as tempestades mais violentas, onde se assiste a fenómenos, - como por exemplo os tornados -, a aparecerem em regiões do mundo onde não era habitual acontecerem. O degelo que está a acontecer aceleradamente nos pólos que conduzirá, inevitalvemente, à subida das águas do mar. (O nosso país é disso exemplo). Embora querendo motivar os dirigentes políticos, Guterres sabe bem que isso será difícil, se não impossível, pelo menos com alguns que apenas parecem ter areia na cabeça, cegos pela sua ambição desmedida do poder, embriagados com a sensação de serem senhores do mundo. Só que eles não o são e ainda não deram por isso. E um dia, que cada vez está mais próximo, eles serão senhores dum deserto tão cheio de areia como a mentes destes coitados que nos colocaram a todos no abismo. Nem sequer atentam na comunidade científica que vale muito mais do que um átomo da sua proverbial estupidez. Este fenómeno do clima é já antigo e muito antes deste 'boom' que vimos assistindo - fruto da urgência da situação - já à muito que alguns de nós já tínhamos sido alertados para esta situação que se aproximava a passos largos. Recordo-me ainda de jovem adolescente, ter tido o privilégio de ter grandes Professores por onde passei. (Aqueles a quem coloco um P maiúsculo porque o merecem). Já nessa altura havia alguns mais empenhados que faziam notar aos seus alunos que, desde que começou a revolução industrial, estávamos a caminhar para uma situação de não retorno. Nessa altura, ainda muito jovem não tinha a real preceção da situação. À medida que os anos foram progredindo comecei a pensar melhor naquilo que tantas vezes me disseram e a ver que esses ensinamentos eram como uma profecia para o nosso tempo. Mesmo para aqueles que estão mais virados para a visão esotérica do mundo, quero-vos dizer que esta perspetiva dos nossos dias e o seu caminhar para um qualquer 'armagedon' já está traçada à mais de meio milénio. Queiramos ou não, não estamos já à beira do abismo. Estamos no abismo. Estou convencido que não passarão três gerações sem que nos demos conta de que estamos a mergulhar numa nova idade do gelo, num ciclo geológico que já aconteceu há milhões de anos atrás (e não só por uma vez) e que irá acontecer de novo. É urgente a urgência, embora ache que já nada nos afastará do inevitável. Estas novas gerações estão mais conscientes e mais bem preparadas do que as anteriores. Por isso, estão a fazer desta urgência uma luta que não pode ser ignorada. Quanto às cimeiras - esta ou outra qualquer - não passarão duma conversa como tantas outras porque para uma certa parte dos dirigentes mundiais o que conta é o seu poder momentâneo que acham que será eterno. E enquanto isso, a vida vai desaparecendo, o mundo mergulhará na escuridão de novo. O fim será inevitável, ou pelo menos, com uma nova realidade que nem sequer temos noção.
0 Comments:
Post a Comment
<< Home