Uma caneta com história
Já passaram cerca de quarenta anos. Esta caneta foi-me oferecida por uma empresária francesa, - Josianne de seu nome -, como recordação dos muitos negócios que fizemos em conjunto. (Uma Pierre Cardin azul e ouro). Era então um jovem economista, mas com um cargo de topo de muita responsabilidade numa grande organização. Travamos lutas enormes em prol da defesa das nossas empresas, mas no fim havia sempre o reconhecimento do bom combate. (Sempre lutei pelas instituições a que pertenci como se elas fossem minhas e isso é que eu chamo profissionalismo). E trago aqui esta memória tão longínqua porque esta caneta nunca foi utilizada. Está no mesmo estojo em que veio. Guardeia ao longo dos anos com o firme intuito de a oferecer a alguém um dia. Não sabia a quem, ou mesmo se isso viria a acontecer. Longe de pensar que lá mais à frente teria uma afilhada que me é tão querida a preencher os dias da minha vida. Talvez fosse essa premonição do futuro - que não sabemos explicar - a fazer com que esta situação acontecesse. Mas agora, esta caneta está reservada para a minha afilhada Inês num dia mais além, quando já com mais maturidade, poder entender o seu significado. E espero que ela sirva para lhe iluminar o destino, que este seja brilhante, que um dia, se chegar a ocupar algum lugar de topo numa qualquer grande organização, ela seja capaz de travar os mesmos combates que o seu padrinho travou e deles sair vencedora. Essa seria a minha grande alegria. Talvez esteja a pedir de mais, só o futuro o dirá. Mas acho que pode vir a ser assim. Que este presente que guardo para ela, seja fonte de profunda inspiração .
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