Feliz aniversário, avô José!

Seriam 118 os anos que completaria hoje se ainda andasse entre nós. Falo do meu avô materno e padrinho José. Dele recordo a imagem dum homem simples e austero com quem fui educado. A ele e à minha avó devo tudo a começar pela minha educação, (a tal escola primordial de que venho falando à muito), e que tão arredia anda por aí. Bancário de profissão, - numa altura em que ser bancário era um estatuto -, foi com a imagem que sempre guardei dele que optei por Economia. Apesar da sua austeridade, fruto dum homem do início do século XX, também sabia ser um educador extremoso sempre atento à minha evolução, que ainda viu antes de partir. Esta é a última efeméride do ano para mim na vasta galeria de ausentes em que se tornou a minha vida. Quando era pequeno esta data - que nunca era celebrada porque nunca se celebravam aniversários na minha família - era o prenúncio das férias que se aproximavam e do Natal que fazia a sua entrada com todo o significado que isso tinha para uma criança numa época em que só pelo Natal havia brinquedos. Mas a vida é assim mesmo, as pessoas partem mas as memórias ficam, e enquanto estas andarem por cá é como se eles não estivessem verdadeiramente mortos. Meu avô José, lá onde estiveres que estejas em paz. Feliz aniversário, meu Avô!