Descansa em paz, Paula Maia!
Hoje venho dar a notícia que nunca ninguém quer dar, a Paula Maia terminou a sua caminhada nesta dimensão. Soube do facto através do seu irmão que me ligou à pouco. É com a voz embargada, com as lágrimas a correrem pela face que digo adeus a uma grande Amiga, a uma grande Mulher. Conheci a Paula a quando da dita matilha de Rio Tinto. Ela ajudou, e de que maneira, a minorar o sofrimento daqueles pobres animais que por lá andavam. Ficou até ao fim dessa matilha, mais quis ir mais longe, respondendo a um apelo que fiz para o apoio a uma gata que lá deixei, a Paula logo me substituiu e sei que fez um ótimo trabalho até a saúde a ter traído. Curiosamente nunca nos cruzamos, como íamos dar de comer à matilha em horários diferente, quis o destino que nunca nos encontrássemos. Muitas vezes pensamos em fazê-lo coisa que nunca aconteceu. Embora quase diariamente falássemos ao telefone. Mas isso não é importante, o que é relevante é a obra que ela deixou junto dos animais. Dos que acolheu e tratou e que passaram a viver com ela, mas também dos outros, os de ninguém, que ela tanto ajudou. Muitas vezes com dificuldade porque o dinheiro não dá para tudo, mas sempre superado com a ajuda de alguns dos seus amigos mais próximos. De madrugada lá ia ela para os alimentar. Falava comigo sempre antes de sair e muitas vezes lhe disse que tivesse cuidado porque uma mulher sozinha em alguns dos locais onde ia poderia não ser o melhor. Mas a Paula era destemida e pelos animais fazia tudo não olhando ao seu bem-estar. Hoje todos choramos a sua partida, mas não tenho dúvida que os seus animais a chorarão ainda mais. Eles serão as suas testemunhas, eles serão o seu manifesto lá na eternidade, serão sempre os seus amigos, os amigos deste ser de luz que era a Paula. Agora está seguramente a percorrer a estrada de luz ladeada pelos muitos animais que ajudou e que dela darão testemunho. Hoje partiu uma grande Mulher, e todos nós, os seus amigos, nos curvamos à sua memória. Ela foi uma fonte de inspiração para muitos de nós pelo amor que dedicava ao outro. Hoje o céu canta laudas à chegada dum ser luminoso, enquanto nós por cá regamos o chão com as lágrimas saudosas. A ti, Paula, quero dizer-te que ficarás sempre na minha memória, a memória das muitas vezes que falávamos ao telefone, quase todos os dias, e trocávamos as nossas experiências. Por vezes também os desabafos que nos apertavam o peito. Hoje já cá não estás, já não poderemos falar como dantes, mas certamente que saberás que tiveste aqui um grande amigo, um pilar nos bons, e sobretudo, nos maus momentos, e disso nunca me hei de arrepender. Tinhas-me pedido para fazer o teu elogio fúnebre. Aqui fica ele, pobre mas sincero, banhado pelas lágrimas da saudade. Agora é hora de descansares dos teus trabalhos e fadigas, Agora é hora do repouso da guerreira, e tu foste uma grande guerreira e disso dou testemunho. Até sempre. Descansa em paz, Paula!
0 Comments:
Post a Comment
<< Home