"Camões - Por cantos nunca dantes navegados" - Nuno Júdice
«Porquê ler Camões?» Neste conjunto de ensaios que se lê como um longo e luminoso poema ou como um fascinante passeio de surpreendentes descobertas através de um jardim que julgávamos já conhecido, Nuno Júdice liberta Camões da sua mudez de estátua patriótica e conduz-nos, verso a verso, à compreensão da poética, das influências, do pensamento sobre o amor, a morte, o país e o mundo que enforma a sua singularíssima obra, destruindo o mito de um Camões lírico e fácil, a que se oporia um outro épico e «difícil». É a máquina do mundo camoniana que subitamente neste livro se nos revela em todo o seu múltiplo esplendor. Traçando o historial da recepção crítica do poeta, sublinhando que «o ponto em que Camões mais sofreu foi, por razões de conjuntura histórica, a sua recuperação ideológica em momentos vários», e desbravando cada um desses momentos com o seu respectivo cortejo de ideias feitas (e falsas), Júdice incita-nos à releitura da sua inesgotável poesia. E recorda-nos: «É a literatura que faz progredir e modificar o uso da língua.» Sobre o autor, Nuno Júdice (1949-2024) nasceu no Algarve. Professor universitário, assumiu em 2009 a direção da revista Colóquio-Letras da Fundação Calouste Gulbenkian. Publicou o primeiro livro em 1972 e foi um dos mais importantes nomes da poesia contemporânea. Recebeu os mais importantes prémios de literários nacionais e internacionais, entre os quais: Pen Clube (1985), Prémio D. Dinis da Fundação da Casa de Mateus (1990), da Associação Portuguesa de Escritores (1995), Bordalo da Casa da Imprensa (1999), Cesário Verde e Ana Hatherly (2003) e Fernando Namora (2004). Em 2013, foi distinguido com o XXII Prémio Rainha Sofia de Poesia Ibero-Americana (Espanha); em 2104, com o Prémio de Poesia Poetas del Mundo Latino Víctor Sandoval (México); em 2015, com o Prémio Argana de Poesia, da Maison de la Poésie de Marrocos e o Prémio Literário Fundação Inês de Castro – Tributo de Consagração; e, em 2016, com o El Ojo Crítico Iberoamericano de Radio Nacional de Espanha. A edição é da Sibila Publicações.
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