Um ano depois te celebro. Descansa em paz, Sofia!
Aqui estou a celebrar a tua memória, passado um ano sobre o teu falecimento. Mas não foste esquecida porque as grandes cumplicidades são isso mesmo, perduram pela eternidade. Guardo de ti a imagem da mulher forte e determinada, de caráter vincado, a mulher com personalidade, enfim, eras "uma típica mulher guerreira do norte" como gostavas de dizer. Uma mulher de horizontes largos onde não havia lugar para a mediocridade. Mas nunca esquecendo a amabilidade e educação que eram o teu registo. Sou disso testemunha. Sempre me trataste com esse fino sentido de educação que tão importante é para mim e tu sabia-lo. Mas a tua índole rebelde e independente marcava-te em todas as tuas atitudes. Quantas vezes me disseste: "Sou uma mulher livre e independente, não tenho que dar satisfações a ninguém. Faço o que quero". E eras mesmo assim. Talvez por coisas que tiveste que passar anteriormente fizessem com que desses valor a coisas tão importantes como o ser livre. E tu eras, de facto, uma mulher livre. E a nossa amizade foi crescendo até se transformar em algo bem mais para além. Como brincávamos com a canção do Pedro Abrunhosa, que ambos admirávamos, glosando o "Vem ter comigo aos Aliados". Aos Aliados, a sala de visitas do Porto, da cidade que tanto amavas. E a tua Foz querida, tua terra natal. E ainda mais potenciado por quem está fora como tu, trabalhando em Lisboa as saudades do Porto assumiam um peso importante. Sei bem o que isso é. Tudo servia como pretexto para brincar com aquele nosso sentido crítico. Mas também lembro aquele dia em que me enviaste uma foto com a tua sobrinha ao colo. Sabia da importância que ela tinha para ti. Sabia do amor que lhe dedicavas. E fiquei muito honrado por o teres partilhado comigo. E quantas coisas partilhamos juntos. Mas chegou o dia em que decidiste ir-te embora. Surpreendentemente e sem aviso. Foi um choque grande quando soube. Mas a vida é assim, feita de presenças e ausências, encontros e desencontros. Sei que nunca mais irás ter comigo aos Aliados, mas estou certo de que nos voltaremos a cruzar, talvez numa outra vida, num outro plano astral, ou seja lá onde for, o Universo irá conspirar para que isso aconteça. Nessa altura, cumpriremos tudo aquilo que deixamos em aberto. Todos os sonhos e fantasias, todas as alegrias e tristezas, enfim, tudo aquilo que ficou adiado. Mas quero que saibas que guardo de ti a imagem duma grande mulher, uma mulher firme mas justa, determinada mas contemporizadora, arrebatada mas carinhosa. Partiste cedo mas ficarás sempre no meu pensamento e no meu coração. Porque pessoas como tu não se esquecem, marcam-nos para a vida. Serás sempre para mim 'a minha menina da Foz' como gostava de te chamar. Lá onde estiveres descansa em paz, Sofia!
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