Conversas comigo mesmo - LXXX
Hoje é Domingo de Ramos que dá início à Semana Santa, a semana maior da liturgia cristã, que conduz à Páscoa. O dia em que se celebra a entrada triunfal de Jesus na cidade de Jerusalém e que iria determinar a sua paixão e morte. E quando lê-mos o Evangelho sobre esta data, ele não nos remete para o passado. É, sobretudo, profecia, revelação viva e actual que nos aponta o sentido profundo do que se está a passar diante de nós. E tudo decorre desta verdade nuclear, assumindo a natureza humana, Jesus Cristo solidarizou-se, definitivamente, com toda a humanidade, fazendo de cada um de nós um membro do seu corpo. Por isso o Evangelho fala-nos de Jesus presente no meio de nós, nosso contemporâneo e nosso próximo e explica-nos como Ele nos trata e como é que nós O tratamos. De facto, cada um de nós está previsto e descrito no Evangelho. Basta abri-lo e meditá-lo para aí nos reconhecermos. É isso que a liturgia deste domingo nos convida a fazer de modo especial, passando diante de nós as cenas da Paixão. É uma história sempre actual onde todos temos um lugar, onde todos estamos envolvidos e desempenhamos um papel, tenhamos ou não consciência disso. Daí a questão de face a este Cristo atraiçoado e abandonado, escarnecido e humilhado, preso e torturado, condenado e crucificado; face a este Cristo, pobre e doente, só, faminto, desprotegido, refugiado, tal como Ele se apresenta e se descreve na Parábola do Juízo Final, qual tem sido o nosso papel? Será que já parámos para pensar nisto? Talvez esta seja a altura de o fazermos em reflexão e introspecção.
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