Turma Formadores Certform 66

Sunday, March 25, 2012

Conversas comigo mesmo - LXXVIII

Hoje, o quinto domingo da quaresma, continuamos na nossa caminhada para a Páscoa. O próximo já será o domingo de ramos. E hoje lembramos as palavras de Jeremias: "Em verdade, em verdade vos digo, se o grão de trigo lançado à terra não morrer fica só; mas se morrer dará muito fruto". Isto é, Jeremias citando as palavras de Cristo, fala-nos da aliança. A aliança é uma palavra fundamental na Bíblia, é a chave para a sua leitura e interpretação. Na verdade, a Bíblia mais do que propôr um credo, uma moral, um culto ou religião, proclama uma boa nova: "Deus ama-te porque Deus é amor". Por isso, os seus projectos e desígnios a nosso respeito exprimem-se em termos de aliança. Chama-nos a ser seu povo, sua família, propõe-nos uma comunhão de vida. E a fé é o sim a esta proposta. Entretanto, e muito oportunamente, lembra-nos o profeta Jeremias que não podemos ficar somente pela "aliança no dedo"... Se ela não evocar no coração uma presença, uma palavra, um compromisso, um amor a que se quer ser fiel, não serve para nada. Deus não se contenta com uma relação jurídica, formal, exterior, ritualista. Deus chama-nos a uma relação pessoal, íntima, profunda, afectuosa, filial. Uma relação de fidelidade interior que nasce de uma confiança total e a toda a prova, aquela fidelidade que Jesus viveu até ao dom supremo de si mesmo e que O tornou "para todos os que lhe obedecem causa de salvação eterna". O sinal da nossa adesão e fidelidade ao chamamento de Deus e à sua aliança é a nossa obediência a Jesus Cristo. O que significa escutá-lo e segui-lo em todos os seus ensinamentos, mesmo quando o caminho que Ele segue e nos propõe seja o da renúncia a si mesmo para servir os outros. Coisa de que nem sempre nos lembramos, coisa que nem sempre praticamos. Quem tiver olhos para ver que veja, quem tiver ouvidos para ouvir que ouça...

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