Conversas comigo mesmo - LXXIII
A Inês, a mais bela flor do meu jardim de Outono, cumpre hoje o seu quinto mês de vida. Depois da aparição dos primeiros dentes, a seguir o comer da primeira papa, veio agora a descoberta dos primeiros gestos, nos afectos mais vincados, na euforia com que olha para aqueles que mais ama e que a amam muito também. Neste final de Inverno, pleno de canícula como se de Verão se tratasse, a Inês vai-se desenvolvendo cada vez com mais afinco e vigor. A Inês do meu contentamento, continua a fazer a sua caminhada com a determinação digna do nome de rainha que ostenta. E eu, no meu Outono, vou olhando para ela com a certeza de que a Inês há-de ser uma mulher determinada, solidária com o seu semelhante, amiga dos animais e respeitadora da natureza. É vê-la com que curiosidade tenta tocar, acariciar, os meus cães. Como olha para eles com admiração numa nova descoberta que até aí ainda não tinha surgido. A Inês é uma criança muito sorridente e observadora, olhando atentamente para tudo o que a envolve tentando compreender este mundo diferenciado e colorido a que chegou. Mas depois, um belo sorriso se desenha no rosto, qual cumprimento a quem chega e a quem ela reconhece o mesmo carinho que ela própria irradia. Já por diversas vezes, a Inês do meu contentamento, tem vindo a minha casa. Não estranha nada a mudança de envolvência, como se esta também fosse a sua casa, - é a sua casa -, uma casa onde ela se sente bem, com o muito amor e carinho que lhe está destinado, amor e carinho que lhe é transmitido por quem viu a sua vida mudar, embora já no seu Outono. Ela é sol radioso que ilumina, - me ilumina -, dando-me novo alento. A Inês é um ser de luz. Inês amor, Inês flor do meu jardim de Outono, aqui estou a celebrar mais uma data, uma data pequenina mas importante, porque nela revejo a redenção que tanto ansiava e que uma criança - tu, Inês - na sua pureza melhor do que ninguém é capaz de induzir. Inês aqui estou, como sempre, ao teu lado.
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