Turma Formadores Certform 66

Sunday, March 11, 2012

Conversas comigo mesmo - LXXI

Vive-se hoje, o terceiro domingo da quaresma, onde se recorda o episódio dos vendilhões do templo. A questão do templo, tão em destaque na Bíblia, não é, certamente, para pôr o templo em questão. O templo, como lugar de encontro e de reunião de culto, como espaço apropriado para a oração e celebração da fé, não é susceptível de contestação, é algo de necessário e comum a todas as religiões. O que Jesus põe em questão, e o que o faz reagir de modo tão duro e surpreendente, é o que aí se passava. As actividades e as movimentações que, a pretexto do culto, se podiam presenciar, eram uma deturpação chocante e escandalosa da imagem de Deus e do que deve ser a nossa relação com Ele. Por isso, a justa indignação de Jesus nascida do zelo pela casa e pelo nome do Pai, e a actuação que se lhe seguiu. Uma actuação que nos põe de sobreaviso quanto aos desvios e ambiguidades que podem envolver todo o culto, o nosso também! E numa altura em que, cada vez proliferam mais os vendilhões do templo, nestes tempos de incerteza e de angústia, convém que pensemos no que é a nossa missa dominical? Será que é um verdadeiro encontro com Deus em Jesus Cristo, que é o seu templo vivo? Ou será, uma escuta sincera das promessas e das exigências do evangelho e uma celebração do nosso compromisso de fraternidade, ou mero cumprimento de uma "obrigação" para tranquilidade de consciência mas sem consequências no nosso modo de viver? É bom que pensemos sobre tudo isto, sobretudo agora, onde os tempos são incertos, o futuro não é animador, onde o desânimo e a descrença têm campo fértil onde germinar.

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