Turma Formadores Certform 66

Wednesday, March 07, 2012

Equivocos da democracia portuguesa - 170

Numa Europa cada vez mais numa encruzilhada, assistimos à degradação do governo de Passos Coelho. Embora todos se apressem a dizer que tudo está bem, todos sabemos que não, e cada vez mais, sentimos que o ministro da economia é um ministro a prazo. Como dizia Marcelo Rebelo de Sousa, ainda "não é oportuno que haja uma remodelação, ela só deverá ter lugar depois das autárquicas". Assim, Passos Coelho teve que segurar o ministro da economia - aquele de quem nunca nos lembramos do nome! - após a polémica da gestão dos fundos comunitários no âmbito do QREN. Embora pensemos que a gestão dos fundos deveria ser feita pelo ministro da economia (será que o temos?), não deixa de se dar razão a Passos Coelho quando este opta pela gestão financeira do fundo por Vítor Gaspar. Dada a situação de emergência nacional pensamos que tal se justifica sem grandes questões. Mas aquilo que vimos assistindo é um pouco mais complexo. É que o ministério da economia tem vindo a ser expoliado, sucessivamente, de competências. E daí surgem duas questões: ou o PM acha que ao criar uma super-pasta a tornou ingovernável e tenta assim agilizar o ministério, ou o ministro da economia está muito aquém do esperado e à que distribuir competências para uma eventual saída deste e o que restar ficar agregado ao ministro das finanças, como aliás, deveria estar. Nunca concordamos com esta separação das pastas entre finanças e economia, porque torna os procedimentos menos ágeis, e os objectivos não são atingidos com a mesma coerência. Por vezes, como todos sabemos, existem pequenas incompatibilidades entre estas duas funções - economia e finanças - o que a acontecer e tendo as pastas separadas torna tudo mais difícil. Contudo, se o ministro da economia sair nada de grave acontece, - afinal nunca ninguém deu por ele -, depois do muito aparato a quando do seu recrutamento para o governo. Assim, o governo até dava um sinal de austeridade que seria bem vindo para os portugueses, acabando com o ministério e poupando recursos num número considerável de "boys" que apenas servem para agravar os índices da despesa do governo. Era o dois em um! Veremos se o ministro da economia aguenta até às eleições autárquicas, o que a acontecer, apenas será resultado de estratégia política e de nada mais. Este ministro está ferido de morte por mais que se tentem criar cortinas de fumo para desviar as atenções. Será só uma questão de tempo e de oportunidade política.

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