Conversas comigo mesmo - LXVI
Hoje veio-me à memória a parábola do paralítico narrada nos Evangelhos. Estes são texto que nos proporcionam encontros com Cristo, de acordo com a litrugia cristã. Encontros que podem dar novo rumo à nossa vida e transformá-la, inspirando-lhe novas atitudes e posturas, novos valores e critérios, novos sentimentos e disposições, novos compromissos e actividades, outro sentido, outra paz. O Evangelho é, de resto, a história de muitos desses encontros. E um desses encontros é o de Jesus com um paralítico, que nos coloca uma questão fundamental à qual nem sempre damos a devida atenção, a de saber se contribuímos ou não para que outros possam encontrar-se com Jesus. Temos ou não essa preocupaçãpo? Não é essa a missão da Igreja e dos cristãos? Contudo, isso não significa que tenhamos que ser cristãos, porque aqui a figura de Cristo pode ser a personificação do bem, da tolerância, do amor. Do amor aos animais nossos irmãos no ciclo inexorável da vida, da tolerância para com o próximo nosso semelhante que muitas vezes nos desilude, como muitas vezes nós o desiludimos a ele, do bem face à natureza que é essencial à vida. Mas neste Evangelho que hoje vos trago, há uma multidão que não pensa assim. Pelo contrário, torna-se até, ainda que inconscientemente, um obstáculo a esse encontro. Encobrem Jesus em vez de O mostrar. O que valeu ao paralítico foi um pequeno grupo de quatro homens que se interessou e se empenhou, verdadeiramente, em lhe proporcionar o encontro salvador. E nós o que somos? Caminho ou obstáculo? Num mundo onde se vive de aparências exteriores, onde nos preocupamos com o embelezamento do corpo em ginásios, "joggings", cosméticos e sabe-se lá mais o quê, será que para além dessa beleza física exterior temos o seu equivalente interior? Será que fizemos algo para isso? Será até que nos preocupamos com isso?
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