Turma Formadores Certform 66

Saturday, February 18, 2012

Conversas comigo mesmo - LXIV

Nesta vida nada se leva. Só se deixa. Então, te deixo o meu melhor sorriso. O meu maior abraço. A minha melhor história. A minha melhor intenção. Toda a minha compreensão. E da minha amizade a maior porção! Por vezes sentimo-nos uma lâmpada quase a apagar-se, um trapo velho esquecido num canto e sem utilidade, um carro a ficar sem combustível. E aí? Aí não é preciso milagre algum, pois chega um simples amigo e nos faz sentir como o sol, um carro de fórmula 1 e, mais importante, nos faz sentir aquilo que efectivamente somos, pois nós somos aquilo que os verdadeiros amigos acham de nós. Simples. Os outros? Os outros jamais passarão disso: outros. Citando Miguel Torga: "Recomeça se puderes, sem angústia e sem pressa e os passos que deres, nesse caminho duro do futuro, dá-os em liberdade, enquanto não alcances não descanses, de nenhum fruto queiras só metade." Sei que são palavras fortes, que nos dão ânimo e coragem, mas por vezes, não é fácil seguir essa estrada que, embora sendo ensolarada, não deixa de ter imensos obstáculos pelo caminho. Por vezes afasta-mo-nos para a berma, por vezes caímos na valeta da vida, e nem sempre temos o tal amigo que nos estende a mão. E quando esse amigo aparece e nos estende a mão, se calhar falta-nos as forças para irmos em frente, para trilhar novos caminhos, para desbravar novos terrenos, apenas e só porque nos sentimos sós, à margem, sem a utilidade que noutros tempos tivemos para a sociedade e para a vida, enfim, a coragem de continuar, a força de nos reerguermos depois de tantas quedas, de tantos socos da vida, que o simples gesto de nos levantar-mos pode significar mais um soco que a vida nos dá para nos derrubar de novo. Mas à que lutar, enquanto a vida nos brindar com a sua presença, quanto mais não seja ajudando, outros como nós, que não têm forças para continuar a jornada, sendo solidário, sendo amigo, estendendo a mão a todos os nossos irmãos, independentemente da espécie ou da raça, por que todos somos o colorido do mundo, que muitos pretende pintar de escuro.

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