Conversas comigo mesmo - LXII
Quando Madre Teresa de Calcutá ganhou o Prémio Nobel da Paz, foi convidada a participar, por uma televisão canadiana, numa mesa redonda sobre o sofrimento no mundo de hoje. Madre Teresa compareceu e foi escutando, atenta e comovida, tudo o que se dizia sobre os diferentes e profundos males que se abatem sobre a humanidade, suas causas e suas vítimas. Mas, perante o silêncio continuado, o moderador interpelou-a: "O que é que pensa a Madre Teresa sobre o problema do sofrimento?" A resposta veio simples, breve, humilde e definitiva: "Penso em aliviá-lo o melhor que puder." Vivemos, de facto, num mundo onde, a cada passo, somos confrontados com a dura e multiforme realidade do sofrimento. Um sofrimento que não conhece barreiras de idade ou de condição, e atinge novos e velhos, bons e maus, culpados e inocentes. É assim hoje e já era assim, noutros tempos, como por exemplo, no tempo de Job e de Jesus, como nos diz a Bíblia. Que atitude tomar, então? Não, por certo, a de Job, lamentar-se e queixar-se, acusar não adianta muito nem resolve nada. A atitude mais construtiva é a que o Mestre preconiza no Evangelho, comungar a dor e o drama de quem padece e fazer o que se puder para aliviar o seu sofrimento e combater as suas causas. Madre Teresa seguiu o Mestre. E nós... que até nos dizemos cristãos? Depois do muito que vemos de sofrimento entre seres humanos, dos seres humanos contra os animais, dos humanos desrespeitando a natureza, não será altura, tal como Madre Teresa de Calcutá, de ajudar a minorar o sofrimento, em vez, de o ampliar. Aqui fica o mote para reflexão...
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