Turma Formadores Certform 66

Thursday, March 01, 2012

Papas, profecias e previsões do fim do mundo

Nas últimas semanas tem-se especulado nos corredores do Vaticano sobre a possibilidade de Bento XVI vir a renunciar ao cargo em Abril – mês em que comemora sete anos de pontificado e 85 de vida. Se a renúncia acontecer, motivada por uma série de intrigas dentro da cúria romana que acabaram por chegar aos jornais, o fim do mundo pode estar mais perto. Pelo menos é o que diz uma profecia atribuída a S. Malaquias, um arcebispo irlandês canonizado há mais de 800 anos. Conta-se que por volta de 1139, durante uma viagem a Roma, onde foi recebido pelo Papa Inocêncio II, S. Malaquias terá tido uma visão dos 112 papas que assumiriam o comando da Igreja até ao dia do juízo final. Acontece que Bento XVI, o actual santo padre, é o número 111 da lista e há quem acredite piamente que já só falta um Papa para o fim do mundo. Os cognomes que lhes atribuiu S. Malaquias, diz a lenda, que ele terá visto os 112 papas e escreveu, para cada um deles, frases enigmáticas em latim. Bento XVI, o número 111, aparece descrito como "de gloria olivae" (da glória da oliveira). Antes do último conclave especulou-se, a propósito da profecia, sobre se o Papa seguinte seria da Ordem Beneditina, cujo símbolo inclui um ramo de oliveira. A verdade é que Bento XVI não é beneditino, mas acabaria por escolher o nome “Bento” para o seu pontificado e alguns historiadores têm relacionado essa denominação com S. Bento de Núrsia, o fundador da Ordem Beneditina. Já o anterior Papa, João Paulo II, é descrito como "de laboris solis" (Trabalho do Sol). A verdade é que Karol Wojtyla nasceu a 18 de Maio de 1920, no mesmo dia em que aconteceu um eclipse solar. Quando foi enterrado, a 8 de Abril de 2005, foi visto outro eclipse, no continente americano. Também há quem relacione a referência de S. Malaquias ao sol com o facto de João Paulo II ter nascido na Polónia – no Leste, onde o Sol nasce. O último Papa o derradeiro comandante da Igreja é descrito na profecia como "Petrus Romanus" (Pedro, o Romano). E o texto de S. Malaquias acrescenta o seguinte, a propósito do dia do juízo final: “Na perseguição final à sagrada Igreja Romana reinará Pedro Romano, que alimentará o seu rebanho entre muitas turbulências, sendo então destruída a cidade das sete colinas [Roma], e o formidável juiz julgará o seu povo. Fim.” A estas palavras, o Monge de Pádua (também profeta) terá acrescentado, já no século XVI: “Roma criminosa será destruída e o juiz tremendo julgará, triunfante, todos os povos.” Muitos dos seguidores da profecia acreditam que o último Papa será um italiano ou alguém que tenha crescido no Vaticano – daí a referência de S. Malaquias a um “romano”. Desde 1978 que o principal lugar da Igreja não é ocupado por um italiano e sabe-se, graças à mais recente crise no Vaticano, que uma ala da cúria tem vindo a reclamar, para sucessor de Bento XVI, um italiano – de maneira a devolver a Santa Sé a Roma. Controvérsia é também a que se conta que quando chegou a Roma S. Malaquias se apressou a contar tudo o que vira durante a viagem ao Papa Inocêncio II – que terá ficado satisfeito por saber que a Igreja ainda teria muitos anos pela frente. O que é certo é que o texto da profecia terá desaparecido. Só foi encontrado em 1590 e publicado cinco anos depois pelo Monge de Pádua no livro “Lignum Vitae”. Há quem garanta que a profecia não passa de uma fraude construída nessa altura para favorecer Gregório XIV no conclave. As profecias valem o que valem, mas, nunca fiando, importa lembrar que o calendário maia também acaba este ano – o que para muitos sugere que o mundo poderá acabar em breve.

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