Turma Formadores Certform 66

Saturday, March 10, 2012

Equivocos da democracia portuguesa - 172

Normalmente diz-se que não há regra sem excepção. Mas o nosso governo, como gosta de ir mais longe do que aquilo que está previsto, - como está a acontecer com a "troika" -, a frase passa a ser "não há regra sem excepções"! Isto prende-se com o que vemos sobre as excepções dos cortes salariais. Até agora era o Banco de Portugal, porque não depende do governo, mas depois foi a TAP, mas era só esta porque estava em concorrência e em processo de privatização, conforme garantia o ministério das finanças, mas eis que aparece outra, a CGD. (E existe a possibilidade de outras excepções, casos da ANA e NAV). Claro que o ministro Miguel Relvas, que nunca teve outro emprego a não ser o de colar cartazes, apressou-se logo a dizer que "não existem excepções mas sim adaptações"!!! Será que estes senhores pensam que estão a falar para pessoas com debilidades intelectuais? Será que não têm vergonha do que estão a fazer ao país (invocando o governo anterior, não vá o diabo tecê-las!) colocando-o à beira da miséria, destruindo a classe média que foi, historicamente, o sustentáculo do desenvolvimento do país e até da democracia. Mas não pensem que é só o governo que anda de andarilho, não! Agora vem o PR que ainda se sente incomodado pelo anterior PM - o que diz bem da força de Sócrates que não se deixou condicionar por Cavaco - e em seu apoio apenas veio o seu "amigo" da Madeira, o tal que à algum tempo atrás o tratava pelo "Sr. Silva"! Será que ainda se lembram? Isto diz bem da maneira inábil como o PR tem vindo a actuar, sem sentido de Estado, sem saber honrar o cargo que tem. Uma coisa é falar como cidadão, outra bem diferente é falar como PR. O que significa que as instituições estão mal representadas com tal gente. A mesma gente que é corajosa a falar na televisão, mas que não tem coragem para enfrentar alunos duma escola secundária, a mesma gente que vai inaugurar um centro de saúde e, porque sabe que existe uma manifestação à porta, chega... mais cedo! Afinal de que têm medo estes senhores que se lá estão foi com o voto das populações, as mesmas populações que eles têm medo de enfrentar. Afinal de que têm medo? De que têm vergonha? Assim vai Portugal, como o resto da Europa, governada por gente que não tem coluna vertebral, sem sentido de Estado, sem sentido do lugar que ocupam. Vem-nos à memória a seguinte frase "... têm fome, então porque não comem galinha?..." registo de Eça de Queiroz num seu opúsculo intitulado "O 1º de Maio" e escrito no período em que ele foi diplomata em Paris. Afinal a ignorância da nobre que fez esta afirmação, desconhecendo que a sua população não tinha dinheiro sequer para comprar o básico, quanto mais galinha - que era um luxo na época! - parece ser a mesma ignorância dos nossos governantes quando olham para a miséria a que estão a reduzir a população enquanto eles têm a mesa farta. Ah! Eça, se cá voltasses, não te faltaria matéria para os teus livros!...

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