"Memórias" - Jacques Delors
Quem é realmente o homem que recusou apresentar-se às eleições presidenciais de 1995, em França, quando todas as sondagens o davam como vencedor? Jacques Delors explica pela primeira vez essa decisão, caso único na vida política francesa. Estas Memórias revelam um percurso intelectual, sindical e político pouco comum, e a originalidade que ostenta não deve ser alheia à popularidade granjeada por Delors junto da opinião pública. Quadro da banca que sonha com o cinema, a alta costura e o jornalismo, militante sindicalista, acabamos por vir a encontrá-lo nos bastidores das decisões governamentais, no Comissariat Général du Plan, mais tarde em Matignon, como conselheiro do Primeiro-Ministro Chaban-Delmas e artífice do que seria a Nouvelle Société. Jacques Delors ensinou na universidade, foi eleito para o Parlamento Europeu e tornou-se Ministro das Finanças de François Mitterrand, antes de se dedicar à Europa, como presidente da Comissão, durante seis anos. Um quarto de século depois de Monnet, Schuman e Spaak, Jacques Delors faz parte da segunda geração de fundadores da Europa, a Europa da união económica e monetária e da batalha pela união política. Se Schmidt e Giscard foram os percursores e Kohl e Mitterrand os padrinhos do euro, então Delors foi o seu progenitor. Resumindo várias vidas que, no entanto, apresentam uma inegável unidade de acção e de pensamento, numa trajectória política e pessoal atípica. Esta obra foi escrita em colaboração com Jean-Louis Arnaud, escritor e jornalista. A edição é da Quetzal Editores. Um livro muito interessante e importante, sobretudo, para se conhecer melhor os bastidores da União Europeia onde, para o bem e para o mal, tudo se decide. Um livro que recomendo vivamente.
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