Turma Formadores Certform 66

Friday, March 16, 2012

Conversas comigo mesmo - LXXV

"Falar de futuro é falar de nossas crianças, e falar das crianças é falar de esperança. As melhores mentes de hoje, as mais preparadas, deveriam estar envolvidas na educação e orientação dessas crianças para que, futuramente, corrijam as distorções desta sociedade desigual e violenta de hoje. As crianças são o elo mais frágil da corrente que é a nossa sociedade multirracial, onde as diferenças são marcantes, onde os adultos não superam resolver suas diferenças - e, pior, a aprofundarão - onde com o passar dos anos comprometemos fortunas e nada construímos que tenha valido a pena, onde as pessoas se indagam quais são os valores a serem seguidos, onde a sensação dominante é de impunidade e falta de justiça. É nessa sociedade que teremos de preservar e preparar nossas crianças, de todas as raças, para mudar o que nunca deveria ter existido. Criança, esperança de um mundo melhor." Esta afirmação é de Luiz Fernando Valle que é o director presidente na CasaViva Residências Sustentáveis. Numa sociedade de conflito, de competição, o ser cordato, o ser tolerante são sinónimos de fraqueza quando deveriam significar precisamente o contrário. Para estimular isso, será necessário criar esse espírito nas novas gerações, aquelas que ainda estão em formação, porque os mais velhos, dificilmente, mudarão de atitude. É preciso criar nos mais jovens valores que nós, os mais velhos, já fomos perdendo ao longo dos tempos, que conduziu a que a sociedade fizesse uma clara inversão de valores que em nada dignifica o ser humano. Desde logo este egoísmo amorfo que parece entorpecer os sentidos não nos levando a ser solidários com os nossos semelhantes, - independentemente da cor, sexo, religião ou opção política -, depois a falta de carinho e apoio para com os animais que não tendo direitos parece que são mais objectos do que seres sencientes e, por fim, este desrespeito enorme que temos pelo mundo envolvente, pela natureza, sem percebermos que é dela que vem o essencial para a nossa vida e sem ela acabaremos por definhar, e connosco o planeta, afogados na nossa tecnologia, na nossa sociedade de consumo, nos nossos "fetiches". Mas para isso temos que mudar profundamente as nossas convicções, a nossa maneira de olhar o mundo e tudo aquilo que nos rodeia, dando um novo elã a uma sociedade que, fruto da crise ou seja lá mais do que for, se vai perdendo, perdendo os seus valores, perdendo as suas convicções. A imagem que anexo pode representar uma janela para o futuro. A maneira como aqueles dois jovens olham para a ave que têm nas mãos pode ser o indício de que algo se está a semear, ou talvez a florescer, dentro das novas gerações. Mas não nos enganemos, ainda há um grande trabalho a fazer, um grande percurso a trilhar. Porque a inversão de valores face aos actuais não é fácil, sobretudo, para a geração mais velha, para os transmitir aos mais jovens. No fundo, é o considerar que vivemos uma vida errada, fútil, não consagrada ao que de mais importante e mais sagrado a vida encerra. Apenas o material é importante qual deus menor onde todos nos ajoelhamos perante este altar fugaz e inconsistente. Acreditemos que a nova geração será melhor do que a nossa, mas para isso, será necessário que lhe transmitamos os valores necessários para que isso aconteça. E aqui é que está o problema. Seremos nós capazes disso, arrepiando caminho aquilo que tem sido a nossa vida e a nossa atitude face a ela?

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