Equivocos da democracia portuguesa - 174
O professor universitário José Pacheco Pereira alertou, na passada terça-feira, que Portugal "vive num ambiente propício ao surgimento de um novo Sidónio Pais montado num cavalo branco, populista e demagógico, que ponha em causa a democracia". E isso é que nos deve inquietar. Numa altura em que começou a saída de membros do governo - caso do secretário de Estado da energia - que todos sabemos resulta da pressão e da força das eléctricas como ontem bem frisou o prof. Marcelo Rebelo de Sousa, numa altura em que o crescimento da economia portuguesa não acontece - nem acontecerá com estas medidas - levando ao empobrecimento e ao aumento do desemprego, numa altura em que o ministério das finanças é tutelado como se da rainha do Sábá se tratasse, Portugal não conseguirá sair desta situação miserável para que foi arrastado. O preço da energia aumenta duma forma vergonhosa, os combustíveis seguem o mesmo trilho e ninguém é capaz de por fim a um cartel que muitos dizem que não existe mas que funciona no dia-a-dia, levando a que empresas e particulares entrem numa depauperação nunca vista, por tudo isto, é certo que as palavras avisadas de Pacheco Pereira não podem ser ignoradas. Numa Europa que agora reconhece os erros que cometeu na Grécia, e que repete de novo em Portugal, criando uma situação em que o nosso país dificilmente escapará a um segundo resgate financeiro, tudo isto dá que pensar e preocupar. Como já aqui o dissemos por variadas vezes, Portugal está à beira do abismo, embora nem todos ainda tenham dado conta mas, tal como num navio que se afunda, quando tal acontecer todos nos vamos molhar. Já aqui defendemos por variegadas vezes que está na altura de se começar a pensar em fundar a 3ª República. Os partidos já nada dizem às pessoas - pelo menos às mais esclarecidas - porque as outras votam como se se tratasse do seu clube de futebol favorito e depois dá nisto. E era bom que se pensasse a sério em tudo isto, antes que, como afirmou Pacheco Pereira, apareça por aí um qualquer Sidónio, que faça repetir a história portuguesa naquilo que ela teve de mais trágico. E olhem que os sinais já andam por aí para quem os quiser ver.
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