Equivocos da democracia portuguesa - 176
Estamos a atravessar um dos piores momentos da História política da Europa. O mundo está numa encruzilhada. A "bolha imobiliária" nos EUA precipitou o caos na Europa e no mundo, e a indefinição e os interesses paroquiais de alguns países europeus, fez o resto, colocando a Europa à beira do colapso. Dizia Jean Monet, um dos pais da actual UE, que "é necessário que as gerações mais velhas transmitam esse sinal de luz às mais novas para encetarem o seu caminho". E aqui é que está a questão central. As gerações mais velhas não estão a ser capazes de indicar e iluminar o caminho às mais novas. Bem pelo contrário, parece é que lhes estamos a legar um imenso túnel onde não se vislumbra luz alguma. Quando alguns governos europeus de visão ultraliberal foram ocupando posições na Europa, estamos convencidos que, mesmo eles, não foram capazes de advinhar aquilo que ía suceder. A sua concepção ultraliberal impediu-os de verem com clareza que se estava a caminhar para o abismo, e a visão um tanto ou quanto paroquial, na defesa de interesses mesquinhos que não os da UE como um todo, fez o resto. Em Portugal tal não foi excepção, e este governo ultraliberal está muito distante da ideologia do PSD de Sá Carneiro. Hoje o ultraliberalismo é moda, cremos que passageira, como efémero é tudo em política, mas ainda resta saber se aquilo que restar depois da sua passagem não será uma herança pesada que levará a um retrocesso civilizacional. A Europa vinha mostrando uma liderança ímpar nas concepções a nível social que não tinham paralelo no mundo, nem nos próprios EUA. Agora já não é assim. Estamos a perder terreno e os europeus já começaram a perceber isso. Um longo caminho nos espera depois de tudo isto passar para colocar a Europa no topo como aconteceu à uns anos atrás, mas ainda resta saber se as sequelas que ficarão o permitirão ou não. Até lá, resta-nos viver escoando os dias nesta "apagada e vil tristeza" em que vivemos.
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