Turma Formadores Certform 66

Sunday, June 17, 2012

Conversas comigo mesmo - XCIV

"O reino de Deus é como um homem que lançou a semente à terra. Dorme e levanta-se, noite e dia, enquanto a semente germina e cresce, sem ele saber como. A terra produz por si, primeiro a planta, depois a espiga, por fim o trigo maduro na espiga. E quando o trigo o permite, logo se mete a foice, porque já chegou o tempo da colheita". Neste domigo, falo-vos duma espera activa. Há parábolas em que Jesus realça, sobretudo, o papel do homem na construção do reino de Deus: a responsabilidade que lhe cabe e a cooperação que se lhe exige. Há outras - como as que vos proponho neste domingo - em que o acento vai todo para a acção essencial, insubstituível e decisiva de Deus. No entanto, com este realce não pretende Jesus convidar-nos a uma cómoda passividade mas sim a uma esperança activa. Pois o que as suas parábolas garantem é que o projecto de Deus se vai realizar até à sua plenitude; que o seu reino está implantado no coração da humanidade e na História e que há-de desenvolver-se até à sua manifestação definitiva. O que as suas parábolas querem fomentar, por isso, é a verdadeira esperança na acção salvadora de Deus e no seu reino. A esperança é virtude fundamental na vida de um cristão. Mas esperar, nada tem a ver com a inactividade, indiferença ou resignação face às realidades, problemas e desafios do mundo e do tempo em que se vive. Certo de que o reino de Deus não se identifica com nenhuma realidade humana e de que a sua realidade última não está deste lado da existência, o cristão sabe, contudo, como nos lembra, neste domingo, S. Paulo: que a sua vida e seu destino têm a ver com o que se faz ou não faz, iluminado e impulsionado pela esperança nesse reino. Na verdade, o reino de Deus espera-se, acolhendo e vivendo, desde já, os valores que nos aponta e em nós semeia.

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