Turma Formadores Certform 66

Sunday, August 05, 2012

Conversa comigo mesmo - CIII

Hoje, no 18º domingo do tempo comum, trago-vos uma proposta deveras complexa. Uma proposta de desprendimento que nem sempre somos capazes de fazer. "Trabalhai, não tanto pela comida que se perde, mas pelo alimento que dura até à vida eterna e que o Filho do homem vos dará". "Em verdade vos digo: Não foi Moisés que vos deu o pão do Céu; meu Pai é que vos dá o verdadeiro pão do Céu. O pão de Deus é o que desce do Céu para dar a vida ao mundo". Destas duas propostas bíblicas, que parecem diferentes mas que são complementares, transportam a imagem do pensamento para este dia. Para isso, repesquei algumas palavras de Rafael Ramiro. "Ser pão... Pode ser bonito mas não é fácil tornar-se pão. Significa que já não podes possuir nada: nem coisas, nem tempo, nem talentos, nem liberdade, nem saúde. Todo o teu já não é teu, é de outros e para os outros. Significa que tens de estar inteiramente disponível, a tempo inteiro. Já não podes protestar se te exigem muito, se te incomodam muito, se te chamam a qualquer hora e para qualquer coisa. Significa que deves ter paciência e mansidão como o pão que se deixa amassar, cozer e partir. Significa que deves ser humilde como o pão que não figura na lista dos pratos famosos. Está aí sempre para acompanhar. Significa que deves cultivar a ternura e a bondade porque assim é o pão, terno e bom. Significa que deves estar sempre disposto para o sacrifício, como o pão que se deixa triturar. Significa que deves viver sempre no amor maior, capaz de morrer para dar vida, como o pão." Este é um bom tema de reflexão para este domingo. Quantos de nós, que nos dizemos seguidores de Cristo, somos capazes de tal desprendimento? Neste tempo de férias, com mais disponibilidade para o pensamento, analisemos estas propostas e assim sabermos se somos dignos de nos dizermos cristãos.

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