Turma Formadores Certform 66

Friday, November 23, 2012

Equivocos da democracia portuguesa - 223

Está neste momento a ser discutido o orçamento da UE para os anos de 2014 a 2020. Como é habitual nesta UE ninguém está de acordo. Os países pequenos e intervencionados, como o nosso, querem um aumento do orçamento para criar condições de relançar as suas economias. Os países ricos do norte, pelo contrário, querem diminuí-lo porque acham que já contribuíram com muito. Esta é a imagem da UE onde ninguém se entende, onde para além da crise económica que a todos atinge, mostra à evidência uma crise política e, sobretudo, uma crise de liderança. Como já muitas vezes defendemos, nesta altura a UE não tem estadistas, nem líderes, apenas alguns amanuenses da política. Onde estão líderes com o carisma de Schroder, Khol, Mitterand, Delors, apenas para citar alguns, que para além de grandes estadistas nos seus países projetaram essa sua força e capacidade na Europa comunitária. Hoje ninguém é capaz de sentar à mesma mesa os vários chefes de governo ou de estado dos diferentes países e aglutiná-los num interesse comum, o da UE. Numa Europa desgarrada e sem rumo, as soluções são cada vez mais improvisos de avanços e recuos sem uma estratégia bem definida. O que está a acontecer entre nós, bem como noutros países ditos periféricos é bem o exemplo disso. Esta é a Europa que temos e que continuará a ser a Europa do nosso descontentamento até que um dia emirja da mediocridade alguém capaz de aglutinar vontades, ideias, quereres. Nessa altura, pensamos que haverá alguma capacidade de resposta em torno duma Europa mais solidária, coisa que já à muito foi retirada dos anais europeus. Quando isso acontecer, achamos que teremos hipótese de recuperar e crescer. Até lá, só nos resta caminhar neste trilho triste, sem esperança e sem futuro. Que não será só o de Portugal mas da Europa toda a seu tempo, o que puderá levar à sua própria implusão. Gostavamos de pensar que não.

0 Comments:

Post a Comment

<< Home