Turma Formadores Certform 66

Sunday, November 11, 2012

Conversas comigo mesmo - CXXI

Estamos quase a completar este ciclo de um ano em que me propus dar a conhecer o ritual cristão - leia-se católico - que se iniciou com a festa do Cristo Rei e irá terminar este mês com a mesma celebração. Até lá, vamos prosseguindo esta nossa caminhada, hoje com a celebração do 32º domingo do tempo comum. Lê-se no Evangelho: "Jesus sentou-se em frente da arca do tesouro a observar como a multidão deitava o dinheiro na caixa. Muitos ricos deitavam quantias avultadas. Veio uma pobre viúva e deitou duas pequenas moedas. Jesus chamou os discípulos e disse-lhes: 'Em verdade vos digo: Esta pobre viúva deitou na caixa mais do que todos os outros. Eles deitaram do que lhes sobrava, mas ela, na sua pobreza, ofereceu tudo o que tinha, tudo o que possuía para viver' ". Este é o dom que Jesus aprecia. Porque é que Jesus tanto apreciou e elogiou o dom da pobre viúva? Porque nele transparecem os traços evengélicos do verdadeiro dom. Desde logo, a generosidade. A viúva ofereceu "tudo o que possuía para viver" uma atitude bem condizente com o lema da Madre Teresa de Calcutá: "Há que dar até que doa". Na verdade, nem as sobras se devem lançar aos cães e aos gatos, porque eles também são criaturas de Deus; com os irmãos partilha-se. Depois, a discrição. Jesus destaca e põe em contraste o gesto simples e discreto da viúva pobre com o exibicionismo ostentoso das escribas e fariseus. "Que não saiba a tua mão esquerda o que faz a tua direita, para que a tua esmola fique em segredo; e o Pai, que vê o que está escondido, te recompensará" (Mt. 6, 3-4). A seguir, o amor e a alegria. Era pobre, necessitada, mesmo assim, não lhe doeu dar do que precisava para viver. Diz o poeta: "Deus ama a quem dá cantando". E S. Paulo confirma: "Deus ama a quem dá com alegria" (2 Cor. 9,7). Por fim, o desinteresse. Jesus apresenta o gesto da viúva como um gesto modelar: "Não dá para receber, não pretendia comprar a Deus com o seu donativo. O seu dom era inteiramente gratuíto" para usar as palavras de Atilano Aláiz. É este modo de dar que temos de ter presente e de procurar seguir.

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