Turma Formadores Certform 66

Sunday, November 04, 2012

Conversas comigo mesmo - CXX

Estou quase a concluir estas crónicas de domingo com vista ao aprofundamento e conhecimento da religião católica. Depois de alguns pedidos aqui vos tenho trazido estes esclarecimentos domingo após domingo. Como penso fazer para outras religiões que apenas conhecemos pelos meios de comunicação social e nem sempre pelas melhores razões. Mas isso são contas dum outro rosário, como é suez dizer-se. Assim, hoje - o 31º domingo do tempo comum - trago-vos uma passagem de S. Marcos, que diz assim: "Aproximou-se de Jesus um escriba e perguntou-lhe: 'Qual é o primeiro de todos os mandamentos?' Jesus respondeu: 'O primeiro é este: 'Escuta, Israel, o Senhor nosso Deus é o único Senhor. Amarás o Senhor teu Deus com todo o teu coração, com toda a tua alma, com todo o teu entendimento e com todas as tuas forças'. O segundo é este: 'Amarás o teu próximo como a ti mesmo'. " Mas primeiro à que enquadrar o tema de hoje. Recuemos a uma altura onde não havia GPS para nos indicar a direção. Recuemos um pouco mais, até ao tempo onde não havia caminhos para percorrermos em determinada orientação. Recuemos ainda um pouco mais, até ao tempo onde não havia indicação de rotas para não nos perdermos. E, finalmente, recuemos ainda um pouco mais, ao tempo em que, por isso mesmo, as pessoas se guiavam pelas estrelas. E nelas, procuravam saber onde estava a estrela polar para saberem onde estava o norte e a partir daí orientar o seu caminho. Daí que, ainda hoje, nós dizemos que por vezes estamos desnorteados. Pois este escriba interpelou Jesus, não para o testar, ou para lhe passar uma rasteira, mas sim, porque se sentia desnorteado visto o cânone da época induzia a 614 regras, - trezentas e tal obrigações e duzentos e tal direitos -, o que se tornava muito difícil de cumprir. Assim, tal como o escriba do Evangelho, também nós concordamos e assumimos que o essencial é o amor, o amor a Deus e o amor ao próximo, bem como, o amor aos animais nossos irmãos e o amor à natureza. Assim estes amores são inseparáveis. (E não são apenas dois!) Mais ainda, que é o amor ao próximo que mostra toda a verdade do nosso amor a Deus. Tudo isto sabemos desde pequeninos! (Será que sabemos mesmo?) O problema é que não basta saber o caminho é preciso caminhar e sem desvios. Ter atenção aos desvios... E há dois desvios muito frequentes. Um desvio é pensar que podemos selecionar o nosso próximo, ou que ele termina nas fronteiras da nossa família ou dos nossos amigos, da nossa raça ou do nosso credo. O Evangelho diz não a esse desvio. Em cada ser humano Deus faz-se nosso próximo. Outro desvio é pensar que o amor ao próximo se resume em não prejudicá-lo ou em não lhe querer mal. Mas amar o próximo como a si mesmo é muito mais do que isso. Tem a ver com compaixão o que significa colocar-nos sempre na pele do outro, e questionar-nos na devida altura, como quereria eu que me tratassem se estivesse nessa situação de pobreza, de ignorância, de doença, de humilhação, de fracasso, de abandono, de tristeza ou de êxito e de bem-estar? E isto é válido para o nosso semelhante que está aqui ao nosso lado, mas também para o animal sofredor que muitas vezes ignoramos ou para a natureza que sempre engeitamos. E depois de fazermos esta introspeção, agir de acordo com a resposta.

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