Turma Formadores Certform 66

Friday, October 26, 2012

Equivocos da deocracia portuguesa - 215

O drama em que Portugal mergulhou parece não ter fim à vista. O descrédito do governo aumenta dia após dia. O desnorte governamental é de meter dó. Anunciam-se medidas de manhã que à tarde já não são bem assim e à noite já não são mesmo assim. Quando se esmaga a classe média com cada vez mais impostos, quer-se baixar o IRC para as empresas de 25% para 10%!!! Bem abaixo dos 12,5% da Irlanda. Com isto pretendem atrair o investimento estrangeiro. Nada mais errado. Ele só virá quando sentir estabilidade política que não existe, e na primeira oportunidade, deslocaliza-se para outras paragens. Um filme já visto e revisto mas que o governo insiste em não entender. A desacreditação deste governo começa a assumir formas degradantes. Até o FMI, através do seu representante para Portugal, - Abebe Selassie -, já veio dizer que "a carga fiscal pode diminuir se o governo encontrar forma de cortar na despesa. Não somos dogmáticos." E acrescenta que "a sobretaxa sobre o IRS vigorará até 2014", isto é, até à vigência do programa da "troika", "podendo não ser assim se o governo encontrar, também aqui, equivalente do lado da despesa". Isto é, o próprio FMI está a mostrar ao governo e aos portugueses, que esta pressão fiscal que nos esmaga só existe pela incompetência do governo que não sabe como cortar nas gorduras do Estado. Se maior atestado de incompetência se poderia passar a um governo, este foi um deles, e logo pela mão dum dos elementos que compõem a "troika". A 5ª avaliação, sabe-se hoje, foi muito dura, exatamente porque o governo não soube fazer o seu trabalho de casa, criando condições de forte recessão que não permitem a economia crescer, não criando assim condições para a diminuição do desemprego. A dívida continua a aumentar aproximando-se perigosamente dos 120% do PIB! Daí a consideração pelo FMI de que "aumentou muito o risco de falha do programa em Portugal". Assim, e porque já não acreditam no governo depois da derrapagem das contas neste trimestre, vieram exigir um plano B, para o caso de as coisas correrem mal. Mais uma vez, o FMI a não acreditar no governo e a afirmá-lo duma forma pública e humilhante. E não precisavamos da "troika" para ver-mos que enquanto a taxa de crescimento da dívida não evoluir abaixo da taxa de crescimento da economia não iremos a lado nenhum, seja com que austeridade for. Os estabilizadores automáticos da economia não estão a funcionar devido ao efeito recessivo do modelo aplicado, coisa que o FMI já viu, mas o governo parece ignorar. Os únicos que estão bem, - estão sempre bem! - são os banqueiros, que até se dão ao luxo de vir a terreiro opinar e dar lições ao governo. Os bancos continuam a ter lucros exorbitante apesar da crise. É ver o caso do Santander, do BES e do BPI que quadriplicaram os lucros!!! Depois daquilo que o Estado tem feito pela banca, dos muitos milhões de euros lá enterrados, isto assume foros de escândalo. É preciso não esquecer que a banca não está a apoiar a economia, tendo fechado o crédito a particulares e empresas à muito tempo. Nesta sociedade de contrastes e contradições, apenas ficam as palavras do ex-presidente Jorge Sampaio, "quando vemos o que se está a fazer ao nível social é de pôr as mãos na cabeça". Palavras claras dum grande políticos que tem muito a ensinar a estes "jovens" que andam com ares de ministros, arrastando Portugal para o abismo mais profundo donde será muito difícil sair.

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