Turma Formadores Certform 66

Friday, October 12, 2012

Conversas comigo mesmo - CXV

Hoje a Inês do meu contentamento cumpre o seu primeiro ano de vida. Duma vida ainda curta mas já cheia de aventuras. Foi a aventura do nascimento, a aventura da primeira papa, a aventura do primeiro tagarelar, a aventura dos primeiros passos, - e que recordação tenho da força com que agarrava a minha mão na ânsia de andar mais e mais -, a aventura do romper dos primeiros dentes, a aventura até das primeiras birras. A Inês fez todo este percurso sempre com uma disposição alegre, feliz mas também determinada. Para mim, foi o ano das expectativas. Desde a alegria do seu nascimento na madrugada deste dia há um ano atrás - e com que alegria então o celebramos! - até à alegria de ver todas estas suas primeiras conquistas, que são também as minhas. Muitas coisas se passaram ao longo deste ano e que, duma maneira singela, resolvi pôr em vídeo, - (para ver o vídeo clicar aqui: http://www.myspace.com/video/583288015/o-1-anivers-rio-da-in-s-40-1st-aniversary-of-in-s-41/108992980 ) -, para que mais tarde ela possa recordar esses momentos que entretanto foram arredados para o mais recôndito da sua memória para que, tal como num computador, fosse libertando espaço para outras coisas, outras aprendizagens, outros ensinamentos. Um ano passou e parece que foi ontem que uma luz intensa e brilhante se abriu na minha vida. No Outono da nossa vida, pensamos sempre com uma certa nostalgia do que fizemos e, sobretudo, do que não fizemos. Daquilo que saiu bem e do que saiu mal. Da alegria do bem e um certo remorso do mal, mesmo que, tenha acontecido duma forma involuntária. A nossa vida, tal como o tempo, vai-se encobrindo com núvens cada vez mais espessas, com a frialdade dos dias cada vez mais curtos, onde a noite é mais poderosa que o dia. Mas como se costuma dizer, quando Deus fecha uma porta abre uma janela. E quando as portas se foram fechando essa tal janela se abriu para deixar entrar essa luz que, mesmo que já não aqueça o corpo, aquecerá seguramente a alma. Foi neste cenário que, contrariando a natureza, brilhou esta luz intensa e imensa na minha vida já coberta de Outono. E quando o Inverno impiedoso, inclemente, se abater sobre mim, nesse jardim apenas restará um banco vazio, apenas ficará a memória. Espero que a Inês perceba que essa memória é formatada por muito amor e carinho sem limites, sem barreiras, sem reservas, que lhe dedico. A recordação que ela terá de mim, assim o espero, será uma espécie de Primavera anunciadora dum novo devir. Entretanto, a Inês é essa luz. Uma luz indicadora, uma luz que ilumina o resto dum caminho, uma luz que pretende trazer alegria quando esta já não existia, substituída pela nostalgia. Neste ano, de facto, muito coisa mudou. A Inês trouxe-me o reencontrar de novos dias com nova luz, dias ensolarados a que eu pensava já não ter direito, que se vão intensificando à medida que a Inês vai crescendo tendo uma percepção do mundo que a torna ainda mais próxima. A responsabilidade, em consciência assumida, de ser seu padrinho trouxe-me o alento de quem ainda tem uma tarefa a cumprir. A da sua orientação de vida, da sua educação, da sua formação ao longo do tempo. Como diz Simone de Beauvoir: "Não se nasce mulher, esta faz-se ao longo da vida". É assim. Por isso, espero que a vida me conceda tempo suficiente para a ver fazer-se mulher e participar nos seus anseios, vitórias e derrotas que a vida lhe reservará, na sua maturação da Inês criança para a Inês mulher. Mas hoje não é tempo de nostalgias ou tristezas. Hoje é um dia muito feliz como já não tinha há muito. Hoje a Inês do meu contentamento, a mais bela flor do meu jardim de Outono faz um ano. Um ano tão pouco e simultaneamente já tanto. Um ano na estrada da vida a que se seguirão muitos mais para que a sua lenda pessoal se cumpra e ela a subscreva de facto, com força e determinação. Hoje é dia de festa. Hoje é dia de celebração. Hoje a minha adorada Inês, a Inês do meu contentamento faz um ano. Parabéns Inês!

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