Turma Formadores Certform 66

Tuesday, November 06, 2012

Equivocos da democracia portuguesa - 219

"Albert está zangado, porque diz que tanto Fernando, como Dietz - precetor dos filhos da rainha - tinham obrigação, pela formação que têm, de saber analisar as finanças do país, os impostos cobrados e recebidos, as contas do Orçamento, a falta de crédito nacional e internacional, e aí ficariam sem dúvidas nenhumas. É que Portugal está à beira da bancarrota, os impostos subiram astronomicamente, e se é verdade que o novo ministro - Costa Cabral - foi capaz de tornar mais eficaz o aparelho de Estado e os mecanismos de cobrança, não é menos que quando se aliam mais impostos e mais burocracia à vida de um povo, e simultanemente a coroa e os governantes parecem menos sérios, a mistura é explosiva. Acabo este ano na certeza  de que para Portugal o próximo vai ser difícil." - Nota da rainha Vitória no seu diário sobre a rainha D. Maria II de Portugal. - Castelo de Windsor, 20 de Dezembro de 1845. Poderia ser um texto de hoje, mas não é. Tem mais de 200 anos. Como já afirmamos por diversas vezes, Portugal entrou em bancarrota sete vezes ao longo da sua História. Esta foi mais uma quando o povo se revoltou, desta vez, com um papel determinante  das mulheres lideradas por Maria da Fonte. Esta tem sido a nossa sina ao longo dos tempos. Parece que não somos capazes de aprender com os erros do passado e voltamos, de quando em vez, a repeti-los. Quando eramos jovens estudantes de Economia, tivemos uma cadeira que se chamava "Economia Portuguesa", onde um dos seus professores iniciava o curso com a afirmação de que "D. Afonso Henriques tinha criado a primeira empresa falida que se chama Portugal". Parece bizarro, mas ao longo da nossa História, esta situação tem-se repetido diversas vezes. Talvez já fosse tempo de aprendermos com os nossos erros, mas parece que não, é endémico, está no nosso ADN. Como se vê, nem sempre a "troika" é a justificação para os nossos males, embora nos tempos que correm, ela tenha um papel importante que não se pode subestimar. Mas estas são as contradições da História. Esperemos que consigamos sair desta embrulhada para que nos empurram como fomos capazes de o fazer noutros momentos da nossa História. Nem que para isso tenha que aparecer uma nova Maria da Fonte! Apesar de tudo não dizemos que aprendemos, finalmente, com os erros porque estamos certos de que não será assim, e mais tarde, este ciclo de miséria repetir-se-á sem apelo nem agravo. Enfim, coisas que são muito inerentes a este povo que somos todos nós.

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