Equivocos da democracia portuguesa - 240
A farsa que vivemos em Portugal parece não ter fim. Quando o executivo vai afirmando que tudo está a correr como o esperado, vemos que a realidade se encarrega de mostrar a incomensurável mentira que nos está a ser vendida. O PIB caiu 3,2% no ano passado, o exército de desempregados está à beira de um milhão(!) - embora na realidade já se tenha ultrapassado em muito este número, se considerarmos os emigrantes que abandonaram o país no último ano bem como aqueles que não estão a receber qualquer apoio social e não estão inscritos nos centros de emprego porque já perderam a esperança - quando a economia não cresce, quando se está à beira duma espiral recessiva que foi alertada por muitos, até pelo PR, quando a desesperança já começou a criar raízes, o governo vem dizer que tudo está no bom caminho. Este embuste é até subscrito por alguns deputados do PSD que na sua senda de alinhamento governamental não percebem aquilo que andam por aí a dizer. Ainda ontem um deputado da maioria dizia que a queda do PIB está em linha com as projeções do governo. Este é mais um colossal disparate. O governo previa uma queda do PIB de 3%, veio-se a verificar 3,2%, portanto, até parece que é pouca a diferença. Será só para esse deputado ignorante que de economia não deve saber mais do que o nome. O valor de 0,2% em termos macroeconómicos é um desvio enorme que representa umas dezenas de milhar de trabalhadores desempregados, pelos visto coisa pouco para o obtuso parlamentar. Mas no meio de tudo isto, ainda aparece a notícia da "caça à multa" ao consumidor que não peça fatura! Isto já está a cair no ridículo. O jornal Público de hoje escreve que o sindicato dos trabalhadores do fisco "não conhece nenhuma diretriz para multar os consumidores que não peçam fatura". Mais adiante este sindicato afirma que "não existe nenhuma operação nacional nesse sentido" e, por fim, afirma que "os que foram multados fizeram parte duma operação piloto para testar a situação"! E já agora, aos multados será que lhes será devolvido o valor da coima cobrada com um formal pedido de desculpas pela participaçao no teste piloto? Três versões do mesmo tema. Ou a confusão é muita ou o sindicato não se sente confortado com tudo isto. Até parece que o governo avançou com a medida "atirando o barro à parede" para ver como a população reagia, coisa já normal neste grupo de gente que enxameia os ministérios pagos por todos nós, com ou sem fatura. Ainda ontem vimos que no bar da AR, a maioria, para não dizer todos, os deputados não pediam faturas. Em vez de concentrar esforço na recuperação do país, o executivo está mais centrado em sacar dinheiro às populações já profundamente exauridas. Apetece-nos citar as palavras do ex-secretário da Cultura deste executivo, Francisco José Viegas - com o evidente pedido de desculpas pela linguagem - que afirma que "terei de lhe pedir - a Paulo Núncio, o homem da Autoridade Tributária e Aduaneira para informar as suas gentes - para ir tomar no cu, ou, em alternativa, que peça a minha detenção por desobediência". Pronto. Está dito!
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