Pérotin (c. 1160 - c. 1236)
Nesta minha viagem pelo barroco, mergulho hoje no universo francês, numa época em que a polifonia estava no seu apogeu, de braço dado com a arquitetura, era a época do chamado gótico revolucionário. O nome que escolhi para hoje vos apresentar é o de Pérotin. Não se sabendo ao certo as datas do seu nascimento e morte, sabe-se que deve ter nascido por volta do ano 1160, não se sabendo o local exato, e que teria morrido em Paris por volta de 1236. Este grande compositor francês fez parte da Escola de Notre-Dame. Não se possui quaisquer informações biográficas acerca deste músico genial. Sabe-se apenas que esteve ligado à nova Catedral de Notre-Dame de Paris (cuja construção viu ser acabada) na qualidade de compositor de organa (órgano em português, organum em Latim, ou órganon em Grego é um de vários estilos de Polifonia primordial do século IX até ao século XIII, na Europa ocidental, envolvendo a adição de uma ou mais vozes a um cantochão existente): desempenhou, portanto, funções análogas às de mestre de capela, entre 1180 e 1230, aproximadamente. À volta de Perotin e do seu predecessor, Leonin, devem ter gravitado numerosos alunos anónimos, de que foram encontrados algumas obras e que são designados pelo nome genérico de Escola de Notre-Dame. Estes músicos cultivaram os géneros do organum (2, 3 ou 4 partes, das quais só uma, em valores longos, retirada da literatura, tem texto), do moteto (derivado do organum; a voz principal, ou tenor, é instrumental, sendo as vozes organais cantadas sobre um texto, em estilo silábico) e de conductus (forma mais rudimentar onde o tenor é, geralmente, uma melodia profana e todas as partes, menos o triplum, em estilo silábico). Mas só se puderam atribuir, com certeza, a Pérotin, 4 organas e 4 conducti. Para ilustrar a música deste compositor francês deixo-vos aqui o link http://www.youtube.com/watch?v=IzsR5JkdDK4 onde podem escutar o tema "Sederunt principes" (parte 1) que conta aqui com a interpretação do The Hilliard Ensemble. Espero que gostem nesta viagem pelos promórdios do barroco, aqui vincada pela excelente polifonia de Pérotin.
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